Brilhante, simples e encrespado, “Embrace”, a nova gravação do
vibrafonista Chris Dingman, contrasta surpreendentemente em relação aos seus
predecessores, “The Subliminal” e “Sublime” de 2015 e “Waking Dreams” de 2011. Estas
gravações foram trabalhos em sexteto destacando densas e complexas composições.
“Embrace” tem o sentimento solto e flexível de uma sessão de sopro, ainda que
com instrumentação não usual: vibrafone, baixo (Linda May Han Oh) e bateria
(Tim Keiper). O vibrafonista subestimado Walt Dickerson gravou neste contexto
austero no meado dos anos 70, mas não tem sido bem utilizado desde então.
O som não é esparso. A profundamente reverberante entonação
de Dingman, a sólida fundação de Oh e o acompanhamento agradável de Keiper criam
ricas texturas sonoras. Muitas das faixas trazem à mente uma gloriosa vista de
colinas ensolaradas ou as deliciosas possibilidades de manhãs de fim de semana em
generosos Greenmarkets. Outras são
mais reflexivas, algumas são inspiradas pela música do grande
guitarrista/vocalista malinês Ali Farka Toure, e estas faixas ressoam com
qualidade reflexiva, quase espiritual. “Ali” em particular deve algo ao
trabalho de Toure com o mestre do kora,
Toumani Diabaté.
Dingman—que estudou na Wesleyan e no Thelonious Monk Institute e que apareceu em gravações fundamentais
de Ambrose Akinmusire, Harris Eisenstadt, Steve Lehman e Jen Shyu—agilmente
move-se entre funções de acordes, melódicas e percussivas em sua música. Exibindo
seu formidável perfil improvisador em “Embrace”, Dingman afirma seu papel na
linha de frente de um grupo de vibrafonistas emergentes, incluindo Joel Ross,
Patricia Brennan e Sasha Berliner. Uma estória corrente carrega o título “Good
Vibes”, que parece mais inevitável do que nunca.
Faixas
1 Inner
Child 6:41
2 Find a
Way 8:34
3 Ali 6:15
4 The
Opening + Mudita 6:09
5 Goddess
5:03
6 Forgive
/ Embrace 5:32
7 Hijinks
and Wizardry 5:02
8 Steps
on the Path 3:50
9 Folly
of Progress 6:39
Fonte: MARTIN JOHNSON (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário