Mario Pavone coloca a mais delicada balada próxima do
irascível rock em seu novo álbum com o Dialect
Trio, e o temperamento mutante entre “Circles” e “The Beginning” contam a
sinopse das intenções do grupo, tão bem quanto uma reveladora foto da paisagem
rítmica do disco. A banda usa um olhar de joalheiro para confundir abstração e
suíngue, cortando os elementos chave, que balança as peças cautelosas do
veterano baixista. O pianista Matt Mitchell e o baterista Tyshawn Sorey estão
profundamente alinhados na forma, como estavam nos predecessores de “Philosophy”,
Chrome e Blue Dialect. A propulsão, que eles geram em sociedade com o agressivo
trabalho das cordas do líder, estimula todas as coisas.
Melodias vêm e vão nesta música. Os temas concisos de Pavone
—como o rabiscado bop de “8-18-18” ou o suave passeio em “Two Thirds
Radial”—presentes ele mesmos e então pulveriza, deixando o campo para a
flexibilidade central e para a afirmação da missão do trio. Há manobras
emplumadas metamorfoseadas por Sorey em uma agressão sutil. A ostentação de
inversões ariscas de Mitchell frequentemente produz pronunciamentos focados. As
estratégias que eles compartilham em “Everything There Is” impulsionam uma caminhada
em uma corda bamba, cada nova escolha melhora (ribomba, vistoso trinado em alto
registro) pavimentando o caminho para o próximo. Seria uma trilha sonora apta para
os momentos destemidos de Man on Wire,
o retrato de James Marsh, o acrobata Philippe Petit, no World Trade
Center.
A viagem, aqui, é a flexibilidade, como é frequente no
trabalho de Pavone. Este usa uma vestimenta obsecada com dinâmicas, no negócio
do desencadeamento de formações novas e orgulho de sua habilidade para se desviar
da repetição. O que é dissonante em algum momento é consoante com o próximo. Delicadas
reflexões dá a trilha para declarativas dissonâncias. Seria uma rajada de uma lista
de reprodução de faixas combinadas de Strange
Serenade de Andrew Hill, Who’s Bridge
de Misha Mengelberg e Footloose! de Paul
Bley, misturada em nervosas joias com “Philosophy”. Título sugerido: “Freebop Fantasia”.
Faixas: 8/18/18;
Philosophy; Circles; The Beginning; Everything There Is; Two Thirds Radial;
Iskmix; Noka.
Músicos : Mario Pavone: baixo; Matt Mitchell: piano;
Tyshawn Sorey: bateria.
Fonte: JIM MACNIE (JazzTimes)
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