Ironicamente, é que provável que a única razão que Bob
Sheppard não seja um nome da casa (em relação a outros nomes) é porque ele é um
acompanhante bem demandado. Dividindo seu tempo entre Los Angeles e Nova York, onde
ele ensina jazz na The University of
Southern California Thornton School of Music. Porém, ele trabalhou, entre
muitos outros, com luminares de jazz como Chick Corea, Herbie Hancock, Peter
Erskine e da popular music world,
Joni Mitchell, Steely Dan e Stevie Wonder. Isto também explica porque gravações
sob seu próprio nome são relativamente infrequentes. Seu álbum anterior, “Close
Your Eyes (Challenge, 2011)” apresentando, entre outros, o baterista Antonio Sánchez,
que foi altamente louvado com razão.
“The Fine Line” veio através da chance de Sheppard se
encontrar com o baixista holandês, Jasper Somsen, no Jazzahead Network Event , em 2013, em Bremen, Alemanha. Os dois se
entenderam imediatamente e resolveram trabalhar juntos. Entretanto, devido às
suas agendas cheias levaram quase dois anos antes de compartilhar um palco nos
Países Baixos para uma semana completa de concertos, seguida por aparições em masterclasses e programas de rádio. Brevemente,
mais tarde, Anne de Jong, diretora geral de Challenge
Records ofereceu a Somsen a oportunidade para trabalhar em vários projetos,
e, felizmente, este álbum foi um deles. Para completar a formação, Sheppard,
astutamente, recrutou o tecladista John Beasley, que apareceu em seu álbum
anterior, mais o virtuoso baterista Kendrick Scott.
A abertura em passo rápido de Sheppard, "Edge Of
Trouble", vê o sax soprano do maestro estabelecendo um gancho em serpentina.
Há, também, um solo floreado a partir do vibrafonista convidado Simon Moullier,
que mais tarde faz contribuições essenciais em "Maria's Tango" e
"Joegenic", enquanto Scott impulsiona a peça ao lado de sua bateria
crepitante. "Run Amok", com Sheppard no tenor, tem um sentimento de
Brecker Brothers, cortesia de Benjamin Shepherd no baixo elétrico e algum
trompete surdinado à la Miles através de Mike Cottone.
A "A Flower Is A Lovesome Thing", de Billy
Strayhorn, Sheppard dá um tratamento suntuoso, bem como ao standard "I Didn't Know What Time It Was" de Rodgers and
Hart, que vê Sheppard solando em um soprano crescente. Uma excentricidade, raramente
ouvida no contexto do jazz, mas, todavia, uma versão vencedora, é "Thanks
For The Memory" de Ralph Rainger, que veio a ser a canção marcante de Bob
Hope, na qual Sheppard concede algum rico, evocativamente, glissando com o
furtivo tenor de Somsen, apresentando um fluído solo do baixo em pizzicato. O
lânguido esquema latino de Sheppard na faixa título beneficia-o a partir do
sutil vocal sem palavras de Maria Puga Lareo.
Com “The Fine Line”, Sheppard conseguiu uma vez mais
produzir um álbum povoado de vibrantes canções memoráveis, que convidam a constantes
e frequentes repetições.
Faixas:
Edge of Trouble; Run Amok; The Fine Line; People Make The World Go 'Round; I Didn't
Know What Time It Was; Maria's Tango; Above & Beyond; Joegenic; Thanks For
The Memory; A Flower Is A Lovesome Thing.
Músicos:
Bob Sheppard: saxofones tenor e soprano, flauta; John Beasley: piano; Jasper
Somsen: baixo; Kendrick Scott: bateria. Convidados: Mike Cottone (2): trompete;
Simon Moullier (1,6,8): vibrafone; Maria Puga Lareo (3): vocal; Benjamin
Shepherd (2,4): baixo elétrico; Aaron Safarty (3,6): shaker.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=TjNRODZt_VQ
Fonte: Roger Farbey (AllAboutJazz)
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