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domingo, 18 de abril de 2021

BOB SHEPPARD – THE FINE LINE (Challenge Records)

Ironicamente, é que provável que a única razão que Bob Sheppard não seja um nome da casa (em relação a outros nomes) é porque ele é um acompanhante bem demandado. Dividindo seu tempo entre Los Angeles e Nova York, onde ele ensina jazz na The University of Southern California Thornton School of Music. Porém, ele trabalhou, entre muitos outros, com luminares de jazz como Chick Corea, Herbie Hancock, Peter Erskine e da popular music world, Joni Mitchell, Steely Dan e Stevie Wonder. Isto também explica porque gravações sob seu próprio nome são relativamente infrequentes. Seu álbum anterior, “Close Your Eyes (Challenge, 2011)” apresentando, entre outros, o baterista Antonio Sánchez, que foi altamente louvado com razão.

“The Fine Line” veio através da chance de Sheppard se encontrar com o baixista holandês, Jasper Somsen, no Jazzahead Network Event , em 2013, em Bremen, Alemanha. Os dois se entenderam imediatamente e resolveram trabalhar juntos. Entretanto, devido às suas agendas cheias levaram quase dois anos antes de compartilhar um palco nos Países Baixos para uma semana completa de concertos, seguida por aparições em masterclasses e programas de rádio. Brevemente, mais tarde, Anne de Jong, diretora geral de Challenge Records ofereceu a Somsen a oportunidade para trabalhar em vários projetos, e, felizmente, este álbum foi um deles. Para completar a formação, Sheppard, astutamente, recrutou o tecladista John Beasley, que apareceu em seu álbum anterior, mais o virtuoso baterista Kendrick Scott.

A abertura em passo rápido de Sheppard, "Edge Of Trouble", vê o sax soprano do maestro estabelecendo um gancho em serpentina. Há, também, um solo floreado a partir do vibrafonista convidado Simon Moullier, que mais tarde faz contribuições essenciais em "Maria's Tango" e "Joegenic", enquanto Scott impulsiona a peça ao lado de sua bateria crepitante. "Run Amok", com Sheppard no tenor, tem um sentimento de Brecker Brothers, cortesia de Benjamin Shepherd no baixo elétrico e algum trompete surdinado à la Miles através de Mike Cottone.

A "A Flower Is A Lovesome Thing", de Billy Strayhorn, Sheppard dá um tratamento suntuoso, bem como ao standard "I Didn't Know What Time It Was" de Rodgers and Hart, que vê Sheppard solando em um soprano crescente. Uma excentricidade, raramente ouvida no contexto do jazz, mas, todavia, uma versão vencedora, é "Thanks For The Memory" de Ralph Rainger, que veio a ser a canção marcante de Bob Hope, na qual Sheppard concede algum rico, evocativamente, glissando com o furtivo tenor de Somsen, apresentando um fluído solo do baixo em pizzicato. O lânguido esquema latino de Sheppard na faixa título beneficia-o a partir do sutil vocal sem palavras de Maria Puga Lareo.

Com “The Fine Line”, Sheppard conseguiu uma vez mais produzir um álbum povoado de vibrantes canções memoráveis, que convidam a constantes e frequentes repetições.

Faixas: Edge of Trouble; Run Amok; The Fine Line; People Make The World Go 'Round; I Didn't Know What Time It Was; Maria's Tango; Above & Beyond; Joegenic; Thanks For The Memory; A Flower Is A Lovesome Thing.

Músicos: Bob Sheppard: saxofones tenor e soprano, flauta; John Beasley: piano; Jasper Somsen: baixo; Kendrick Scott: bateria. Convidados: Mike Cottone (2): trompete; Simon Moullier (1,6,8): vibrafone; Maria Puga Lareo (3): vocal; Benjamin Shepherd (2,4): baixo elétrico; Aaron Safarty (3,6): shaker.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=TjNRODZt_VQ

Fonte: Roger Farbey (AllAboutJazz)

 

 

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