O som amplo de Steve Cardenas foi um elemento chave nas
bandas lideradas por Paul Motian e Charlie Haden, em adição a seus próprios álbuns
como líder. Em anos recentes, ele, também, atuou em um papel de suporte no
igualmente prolífico projeto Mercy
Project do pianista Jon Cowherd, e, sendo assim, suas relações estabelecidas
com Cowherd, o levaria a participar de uma sessão liderada por Cardenas e com
antigos amigos como Brian Blade (bateria) e Ben Allison (baixo), formando um sólido
quarteto.
“Blue Has a Range” não é uma sessão completa de blues, embora
este estilo fique na superfície ao longo das nove faixas. Em “Blue Language”, Cardenas
inicia com alguns primorosos dedilhados desacompanhados, balançante entre
acordes e linhas protagonistas. O quarteto apresenta momentos mais reflexivos
em sua extensa “Siquijor”, cuja melodia inspira os músicos a tomar liberdades
com o tempo. Uma espécie de vaqueiro arrastado em livre fluxo na banda para rotação
de algumas complexas declarações. Em “Lost and Found” ele soa vigoroso mesmo quando
ele mantém uma relaxada entrega.
Enquanto faixas como “Signpost Up Ahead” alardeia a
interação deste grupo forte e divertido, há momentos ao longo do trabalho onde
a produção (por Cardenas e Allison) parece suprimir a seção rítmica, relegando-os
a um lugar onde eles são ouvidos, mas não sentidos. Esta abordagem enfatiza a
riqueza melódica de “Fern’s Guitar” e a faixa título. Porém, quando Blade constrói
a pressão em “Highline” atrás de Cowherd e assume seu próprio solo breve, falta
uma presença sonora na qual a música necessita assumir poucos entalhes.
Faixas: Lost
and Found; Blue Language; Language of Love; Highline; Fern's Guitar; Reflector;
Siquijor; Signpost Up Ahead; Blue Has A Range.
Músicos: Steve Cardenas: guitarra; Jon Cowherd: piano; Ben
Allison: baixo acústico; Brian Blade: bateria.
Fonte: MIKE
SHANLEY (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário