É duro pensar Chris Potter unicamente como um fenômeno do
saxofone após ”There Is A Tide”, seu álbum solo de 2020 gravado em casa e
lançado durante o lockdown. Um homem-
orquestra, ele tocou 14 instrumentos no lançamento, seu terceiro para o selo
britânico Edition. Sua mudança para o
selo em 2019 estabelece campo para tais criativas incursões, que continuam
rapidamente com este lançamento de “Sunrise Reprise”.
Este álbum captura o segundo encontro em estúdio para o trio
de Potter com o pianista James Francies e com o baterista Eric Harland. Como
com “Circuits”, a estreia deles em 2019, “Sunrise Reprise” fervilha com
vitalidade modernista e oscilações eletrônicas— em uma leve retirada do
trabalho inicial acústico de Potter. Mesmo assim, o ponto focal das composições
do álbum permanece com as linhas perfeitamente esculpidas por Potter, neste
caso, combinadas em uníssono ou harmonia em duas partes. Porém, Francies e
Harland, providenciam a estabilidade para tal expansão vertical, com
retribuição da exploração entusiasmada de Potter, que é ainda mais excitante. Alguém
pode ouvir o perspicaz equilíbrio do trio em “Southbound” em reativa oferta de
Francies e solos eletrizantes, ou em “Serpentine”, a pontuação impecável de
Harland nas afirmações melódicas estimulantes dos instrumentos de sopro.
Curiosamente, a última faixa, “Nowhere, Now Here/Sunrise
Reprise” e a primeira, “Sunrise And Joshua Trees” compartilham um gancho
escondido—um pouco simples, intervalos que prendem. As noções musicais de Potter
em torno desta marcante referência melódica: A música final só dura 24 minutos.
Potter preenche o tempo com passagens reflexivas, balanços heterogêneos, efeitos
etéreos e solos febris— nivelando um lançamento que pressagia alguma esperança,
dias mais brilhantes e pontos de vista mais felizes.
Faixas:
Sunrise And Joshua Trees; Southbound; Serpentine; The Peanut; Nowhere, Now
Here/Sunrise Reprise. (54:42)
Músicos: Chris Potter, saxofone tenor e soprano, clarinete,
flauta, teclados; James Francies, teclados; Eric Harland, bateria.
Fonte:
Suzanne Lorge (DownBeat)
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