Para o seu quinto álbum, Judy Wexler abraçou um conceito que
é esquisitamente externo ao reino do jazz vocal. Em vez de trilhar seu caminho com
todas as passagens familiares para vocalistas— o clássico gozo do material de
jazz da Broadway, trabalhos canônicos compostos por reverenciadas figuras do jazz,
canções pop remodelada com restauros harmônicos, e inéditas composições—ela
toma a estrada menos percorrida pelo foco de trabalho de compositores do jazz vicejantes
do presente. Agindo assim, ela magnifica a importância destes artistas,
material destacado digno de maior atenção, e eleva sua própria posição como uma
premiada estilista e intérprete.
Wexler dá corda ao seu caminho através desta série de novos standards de jazz com conforto e naturalidade,
contando estórias e modelando melodias com esperteza e sofisticação. Se explorando
várias tonalidades e formatos de amor, descascando muitas camadas de emoção da
experiência humana, movendo-se habilmente através de comparação e metáfora, ou desembalando
o dia a dia da vida em todas suas turbulências, ela permanece uma fonte de
sentimento verdadeiro.
Trabalhando proximamente como o pianista Alan Pasqua, seu
antigo parceiro musical e coprodutor/arranjador neste projeto, Wexler manobra
para residir nestas canções e negociar com elas em seus próprios termos, ainda
mantendo a verdade para a fonte do material. Isto é evidente a partir do começo,
como ela dá passos para o mundo de Luciana Souza na confecção de "Circus
Life". A pressa da adrenalina e força ascensional do original provam a
influência, mas há peso e pungência na performance de Wexler. Ela não
simplesmente trabalha a partir do molde aqui, e esta performance é mais rica
por causa deste fato.
Há tempos e lugares onde Wexler e Pasqua escolhem criar
aperfeiçoamentos de alguns aspectos do modelo—"Painted On Canvas" de
Gregory Porter, por exemplo, é friamente pavimentada em 4/4 aqui—mas eles são
apenas tão ativos para revelar ou explorar um ilustrativo truque até agora
inobservado. Isto mostra-se claro e verdadeiro em "It's Only Smoke", uma
composição de Larry Goldings com letra de Cliff Goldmacher. Antes de retorcer o
sentimento dos versos de Goldmacher, Wexler deixa suas palavras e a melodia de Goldings
brilhar sob a luz de sua inerente beleza. Ela relembra-nos de que, às vezes,
uma canção apenas necessita ser apreciada, não minerada.
Em troca de explorar o trabalho de artistas como Porter,
Souza, Kurt Elling e Rene Marie, Wexler exibe um afeto pelo individualismo e demonstra
ter um aguçado ouvido para um material forte. Este presente não é terrivelmente
surpreendente, dada sua genuína e alta reputação na comunidade vocal, mas ainda
merece ser notada.
Faixas:
Circus Life; Parisian Heartbreak; Crowded Heart; Painted On Canvas; Stars; The
Last Goodbye; Take My Breath Away; I Took Your Hand; It's Only Smoke; And We
Will Fly.
Músicos:
Judy Wexler: vocal; Alan Pasqua: piano, melódica (2), assobio (1); Larry
Koonse: guitarra; Josh Johnson: saxofone alto; Bob Sheppard: flauta; Stefanie
Fife: cello; Darek Oles: baixo; Steve Hass: bateria; Aaron Serfaty: percussão.
Fonte DAN BILAWSKY (AllAboutJazz)
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