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domingo, 30 de maio de 2021

JUDY WEXLER – CROWDED HEART (Jewel City Jazz)

Para o seu quinto álbum, Judy Wexler abraçou um conceito que é esquisitamente externo ao reino do jazz vocal. Em vez de trilhar seu caminho com todas as passagens familiares para vocalistas— o clássico gozo do material de jazz da Broadway, trabalhos canônicos compostos por reverenciadas figuras do jazz, canções pop remodelada com restauros harmônicos, e inéditas composições—ela toma a estrada menos percorrida pelo foco de trabalho de compositores do jazz vicejantes do presente. Agindo assim, ela magnifica a importância destes artistas, material destacado digno de maior atenção, e eleva sua própria posição como uma premiada estilista e intérprete.

Wexler dá corda ao seu caminho através desta série de novos standards de jazz com conforto e naturalidade, contando estórias e modelando melodias com esperteza e sofisticação. Se explorando várias tonalidades e formatos de amor, descascando muitas camadas de emoção da experiência humana, movendo-se habilmente através de comparação e metáfora, ou desembalando o dia a dia da vida em todas suas turbulências, ela permanece uma fonte de sentimento verdadeiro.

Trabalhando proximamente como o pianista Alan Pasqua, seu antigo parceiro musical e coprodutor/arranjador neste projeto, Wexler manobra para residir nestas canções e negociar com elas em seus próprios termos, ainda mantendo a verdade para a fonte do material. Isto é evidente a partir do começo, como ela dá passos para o mundo de Luciana Souza na confecção de "Circus Life". A pressa da adrenalina e força ascensional do original provam a influência, mas há peso e pungência na performance de Wexler. Ela não simplesmente trabalha a partir do molde aqui, e esta performance é mais rica por causa deste fato.

Há tempos e lugares onde Wexler e Pasqua escolhem criar aperfeiçoamentos de alguns aspectos do modelo—"Painted On Canvas" de Gregory Porter, por exemplo, é friamente pavimentada em 4/4 aqui—mas eles são apenas tão ativos para revelar ou explorar um ilustrativo truque até agora inobservado. Isto mostra-se claro e verdadeiro em "It's Only Smoke", uma composição de Larry Goldings com letra de Cliff Goldmacher. Antes de retorcer o sentimento dos versos de Goldmacher, Wexler deixa suas palavras e a melodia de Goldings brilhar sob a luz de sua inerente beleza. Ela relembra-nos de que, às vezes, uma canção apenas necessita ser apreciada, não minerada.

Em troca de explorar o trabalho de artistas como Porter, Souza, Kurt Elling e Rene Marie, Wexler exibe um afeto pelo individualismo e demonstra ter um aguçado ouvido para um material forte. Este presente não é terrivelmente surpreendente, dada sua genuína e alta reputação na comunidade vocal, mas ainda merece ser notada.

Faixas: Circus Life; Parisian Heartbreak; Crowded Heart; Painted On Canvas; Stars; The Last Goodbye; Take My Breath Away; I Took Your Hand; It's Only Smoke; And We Will Fly.

Músicos: Judy Wexler: vocal; Alan Pasqua: piano, melódica (2), assobio (1); Larry Koonse: guitarra; Josh Johnson: saxofone alto; Bob Sheppard: flauta; Stefanie Fife: cello; Darek Oles: baixo; Steve Hass: bateria; Aaron Serfaty: percussão.

Fonte DAN BILAWSKY (AllAboutJazz)

 

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