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segunda-feira, 10 de maio de 2021

VIJAY IYER / LINDA MAY HAN OH/ TYSHAWN SOREY - UNEASY (ECM)

Astark, preto e branco, uma foto distante da Estátua da Liberdade; títulos das composições que refletem crises de infraestrutura e racismo sistêmico e uma tensão fundamental ao longo da música; todos estes elementos sugerem que “Uneasy”, o álbum do novo trio formado pelo pianista Vijay Iyer, pela baixista Linda May Han Oh e pelo baterista Tyshawn Sorey, poderia ser o definitivo trabalho político neste ano. Porém, descrevendo esta gravação —a primeira deste grupo e o primeiro trabalho em trio de Iyer desde “Break Stuff” de 2015 —como meramente política seria dolorosamente reducente. Embora faixas como Black Lives Matter- inspirado por “Combat Breathing”, que Iyer primeiro apresentou em 2014, ou sendo mostrado na microssuíte “Uneasy” para corporificar a turbulência da última década, o trio está perseguindo algo maior aqui.

Esta atividade está próxima da busca do potencial de nova colaboração, em passo de marcha com o merecedor do Nobel de química, que Iyer, Oh e Sorey demonstram. Tomam “Combat Breathing” outra vez. A peça começa com staccato com frases curtas repetidas por parte de Iyer, então surgem crescendos e escaladas como alguma grande torre da antiguidade, suas mãos deslumbram grandes extensões do teclado em seu máximo. Como toque descendente de Iyer, ele encontra balanço confortável com Oh, enquanto Sorey os acelera a partir do conjunto; os dois espelham outras frases repetidas até ela iniciar, variando a melodia. A forma do solo de Oh, envolve, então, este momento, com a variação da dinâmica do grupo, permitindo florescer, sentir-se orgânico e conversacional. Evoca os ideais de música criativa: não apenas tomando volteios, mas usando seu próprio estímulo.

Oito das 10 faixas do álbum são originais de Iyer; as outras são retrabalhos incríveis de “Night and Day” de Cole Porter, baseado no trabalho de McCoy Tyner para a versão de Joe Henderson para Inner Urge (gravada em 1964), e “Drummer’s Song” de Geri Alle. Iyer, Oh, e Sorey toma a original de Allen, em um calypso girando em órbita por três minutos, e estende-se em um veículo de sete minutos para uma expressão unificada do grupo. Aqui, como em outro lugar, o trio continuamente se transforma conforme sua exploração. Como o passado e o futuro se cruzam, as possibilidades do presente passam a ser ilimitadas.

Faixas

1 CHILDREN OF FLINT (Vijay Iyer) 06:26

2 COMBAT BREATHING (Vijay Iyer) 07:50

3 NIGHT AND DAY (Cole Porter) 09:33

4 TOUBA (Vijay Iyer, Mike Ladd) 07:17

5 DRUMMER’S SONG (Geri Allen) 06:47

6 AUGURY (Vijay Iyer) 03:29

7 CONFIGURATIONS (Vijay Iyer) 09:27

8 UNEASY (Vijay Iyer) 09:11

9 RETROFIT (Vijay Iyer) 06:40

10 ENTRUSTMENT (Vijay Iyer) 05:06

 Músicos:  Vijay Iyer :  Piano ; Linda May Han Oh :  Baixo ; Tyshawn Sorey :  Bateria

Fonte: JACKSON SINNENBERG (JazzTimes)

 

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