Este álbum ilustra um ritual recorrente entre músicos de jazz:
Amigos reúnem-se para tocar, interpretar composições originais e estender-se
sobre as mudanças. O vínculo deste trio permanece poderoso, abrangendo décadas.
O pianista neozelandês Alan Broadbent encontrou primeiro o baixista Harvie S em
Berklee e tocou com o baterista Billy Mintz, quando eles eram jovens
construindo sua carreira em Los Angeles nos anos 80.
O conceito linear e de acordes de Broadbent é formado por
Bud Powell, Bill Evans, George Shearing e Lennie Tristano, como professor de Broadbent
na faculdade. Inclusive, nas notas para “New York Notes” estão homenagens a Tristano
(“317 East 32nd Street”) e Evans (“Minority”), bem como para diversas
composições de Broadbent, sua “Clifford Notes” soando como se pudesse ter sido
escrita por um homônimo do próprio trompetista.
Porém, a genuinidade de Broadbent como um poeta, dominando
as linguagens da composição e improvisação do bebop, é manifesta. Seus solos estendendo-se
de estribilho após estribilho, expondo claramente através das progressões
difíceis com uma segurança inflexível. O som do trio baseia-se mais em Tristano
que Evans, com baixo e bateria permanecendo em casa, pulsando para a frente com
uma disciplina de nível militar. Broadbent está bastante concentrado na
estética do bebop, assumindo, meramente, através de uma brilhante reminiscência
do pianista. Isto seria um equívoco, considerando as atuações de Broadbent com o
Quartet West de Charlie Haden, suas
imaculadas orquestrações de cordas e seu trabalho em álbuns de vocalistas como Natalie
Cole e Diana Krall. Este álbum é mais um brilhante lado deste multifacetado
músico, revelando apenas sua capacidade artística em tempo real, submetendo-se às
exigências da música.
Faixas: Clifford
Notes; Minority; I Fall In Love Too Easily; Continuity; Crazeology; On A Misty
Night; Waltz Prelude; 317 East 32nd Street; Fine And Dandy. (62:18)
Personnel: Alan
Broadbent, piano; Harvie S, baixo; Billy Mintz, bateria.
Fonte: Gary Fukushima
(DownBeat)
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