Há um campo distintamente estético para o trabalho da trombonista
Audrey Ochoa. Porém, é um pouco difícil contar a proporção de ironia e
sinceridade, quando suas melodias alçam recursos visuais de companheiros como Herb
Alpert.
Um par de faixas em Frankenhorn correm através de um
espremedor eletrônico por parte de Battery
Poacher, mas, sem tomar os riscos de um Colin Stetson ou Robert Glasper, assumem
com a tecnologia as músicas, majoritariamente, apenas para soar como os
instrumentais de Flaming Lips de
cerca de 20 anos atrás. Em outra parte, os sons são mesmo menos ousados,
aproximando-se da tendência atual do jazz-pop. Poucas faixas, aqui, encontram Ochoa
realizando uma incursão no trabalho com cordas, enquanto os arranjos são um
pouco melosos. Há, também, matizes alegres, quase latinos, em faixas como “Bunganga”,
que ainda parecem exagerados, ainda que leve e ativo.
A líder tem um caminho seguro com a melodia, e seu toque é
robusto e brilhante. Se sua banda assume poucos riscos, ela o faz no interesse
de dar à sua pretendida audiência um tempo agradável. E com este objetivo em
mente, Frankenhorn está perfeitamente aproveitável. Nem todas as coisas necessitam
estar na vanguarda, claro, mas a música de Ochoa a beneficiará e a seus
compatriotas, impulsionando-os para um local mais à frente.
Faixas:
Swamp Castles; Benchwarming; Silver Linings; The Huggy Dance; Bunganga;
Groundhog Day; Postcards; My Reward. (38:57)
Músicos:
Audrey Ochoa, trombone; Chris Andrew, piano, teclados; Sandro Dominelli, bateria
(1, 3); Mike Lent, baixo (1, 3, 8); Luis Tovar (2, 5), Raul Tabera (2), percussão
(2); Rubim De Toledo, baixo (5); Kate Svrcek, violino; Shannon Johnson, violino;
Ian Woodman, cello; Battery Poacher, produção (4, 6).
Fonte: Dustin
Krcatovich (DownBeat)
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