O clarinetista francês, Louis Sclavis, compôs um pouco de
música inspirada pela arte visual, incluindo trilhas sonoras para o cinema
moderno e cinema mudo e um lançamento da ECM em 2003”, “Napoli’s Walls”, que
narra sua resposta aos afrescos das ruas em Nápoles, criado pelo artista
francês, Ernest Pignon-Ernest. Com “Characters on a Wall”, Sclavis estende e
altera sua dança musical com a arte pública de Pignon-Ernest. Onde os muros de Nápoles
confinam o foco a Nápoles e apresentam vozes, metais e eletrônica, “Characters
on a Wall” reage ao trabalho de Pignon-Ernest em diferentes países via uma
formação clássica de quarteto, mais abertamente, na modalidade de jazz de
câmara. Sclavis reinvidica uma conexão intimista com Pignon-Ernest, falando
sobre a inspiração conceitual da arte do seu compatriota, cristaliza-a rápida e
vividamente “ como uma foto em um banho para revelação”.
Os resultados podem ser manifestos, como na melancólica qualidade
de “L’heure Pasolini”, que combina com a melancolia do poeta italiano Pignon-Ernest
e do cineasta Pasolini transportando seu próprio corpo. Eles podem ser
primorosamente matizados, como na melancolia minimalista intercambiada entre o pianista
Benjamin Moussay e Sclavis na balada “La dame de Martingues”, o exemplo mais
comovente do declarado objetivo do clarinetista de ir além da imaginação
estática para “revelar sua animada força interna”.
Às vezes, as conexões têm lógica de curto-circuito: A
intensidade recolhida via uma renúncia, consequentemente, contribui para algo
mais ágil no programa musical, curiosamente intitulada “Prison”. Surpresas como
estas são afortunadas, claro. Quem quer interpretações literais de uma arte
pública em uma banda de jazz? O que conta é a forma como o quarteto apresenta a
música em uma música formal e de câmara em “Extases” e um par de muitos
fragmentos de diferentes grupos improvisadores (“Esquisse 1” e “Esquisse 2”), com
habilidade. A baixista Sarah Murcia é uma estilista cativante como mantenedora
do tempo e solista na forma como usa a densa batida em sua entonação. Sclavis atua
com virtuosismo e reserva, palavras que, também, descrevem o trabalho
imaginativo da percussão por parte de Christophe Lavergne para elevar a canção
de encerramento, “Darwhich dans la ville”. Pignon-Ernest providencia a centelha,
mas é a banda que mantém a chama.
Faixas
1 L'Heure Pasolini (Louis Sclavis) 9:43
2 Shadows
And Lines (Benjamin Moussay) 7:24
3 La Dame de Martigues (Louis Sclavis) 6:21
4 Extases (Louis Sclavis) 3:57
5 Esquisse 1 ( Moussay, Lavergne, Sclavis, Murcia) 2:04
6 Prison (Louis Sclavis) 5:07
7 Esquisse 2 (Moussay, Lavergne, Sclavis, Murcia) 2:06
8 Darwich Dans La Ville (Louis Sclavis) 7:10
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ViGx8e9Fjcc
Fonte: BRITT
ROBSON (JazzTimes)
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