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sexta-feira, 11 de junho de 2021

MANUEL VALERA/NEW CUBAN EXPRESS BIG BAND - JOSÉ MARTÍ EN NUEVA YORK (Greenleaf)

Às vezes, grandes vidas requerem orquestras. Isto é o que o compositor/pianista cubano, Manuel Valera, descobriu após ter completado seu trabalho no Chamber Music Jazz Works em 2013, que foi contratado para o projeto José Martí en Nueva York. Martí canonizado em Cuba, um ativista/escritor e forte catálise para independência do país em relação à Espanha, que o martirizou, aos 42 anos, na Batalha de Dos Rios em 1895. Há quatro anos, exilado em Nova York, ele completou Versos Sencillos, um livro de poemas considerado como sua obra-prima. Valera compôs música em torno de nove destes poemas e estreado como projeto com seu sexteto New Cuban Express em 2014. Porém, ele, brevemente, acreditou no material demandado por um maior escopo.

Com a ajuda da Guggenheim Fellowship e a promessa de permanência mensal no Clube do Queens, Terraza 7, Valera expandiu a partitura para acomodar uma banda de 20 membros, mais uma vocalista. Nesta gravação, o trabalho foi elegantemente polido, celebrando o casamento do jazz estadunidense e o ritmo cubano com muito rigor e paixão para festejar Martí. Embora, haja óbvias passagens onde você reconhece a tensa pirueta do danzón e a melosidade do bolero, as orquestrações são mais frequentemente reminiscentes do tenso suingue da Thad Jones-Mel Lewis Big Band e da forma poética de Kenny Wheeler.

Não há uma única faixa inferior dentre as sete apresentadas. A estrela chilena ascendente, Camila Meza, apresenta os melhores vocais do trabalho, “Por Sus Ojos Encendidos”, um poema sobre (talvez equivocado) ciúmes, enquanto a música ameaça, no final das contas, retroceder como ondas no porto. Na acusação de Martí pela Espanha (o poema traduz como “The Brutal Enemy”), o giro do baixo fluido de Ricky Rodriguez é etiquetado por uma progressiva percussão majestosa, então limitada por solos abrasadores do guitarrista Alex Goodman e do conguero Mauricio Herrera. E a faixa de encerramento, “Si Quiere Que de Este Mundo”, é previsivelmente estimulante, com solos picantes do piano, trompete, sax barítono e bateria.

Valera compôs a maior parte desta música, enquanto sua esposa Lisa enfrentava, e, finalmente, sucumbiu, ao câncer. Ele dedica o álbum—que sintoniza copiosas emoções de paisagens sonoras eletrizantes—à sua memória.

Faixas: Odio La Mascara Y El Vicio; Es Rubia, El Cabello Suelto; Por Tus Ojos Encendidos; Yo Quiero Salir Del Mundo: Yo Pienso Cuando Me Alegro; El Enemigo Brutal; Tiene El Leopardo Un Abrigo / Cultivo Una Rosa Blanca; Si Quiere Que De Este Mundo.

Músicos : Manuel Valera: piano; Camila Meza (1, 3, 4); Sofia Rei (2, 5, 6, 7): voz; John Walsh (líder em 1, 3), Brian Pareschi (líder em 2, 4-7), Michael Rodriguez, David Smith, Alex Norris: trompetes; Michael Thomas: líder nos saxofones alto e soprano, flautas piccolo e em Dó; Roman Filiu: saxofones alto e soprano, flauta; Joel Frahm: saxofones tenor e soprano; Charles Pillow: saxofones tenor e soprano, clarinete; Andrew Gutauskas: saxofone barítono e clarinete baixo: palhetas; Matt McDonald (líder), John Yao, Andy Clausen, Jeff Nelson : trombone baixo, trombone; Manuel Valera: piano, celesta e teclados; Alex Goodman: guitarra; Ricky Rodriguez: baixo; Jimmy Macbride: baterias; Samuel Torres: percussão (exceto 2, 5); Mauricio Herrera: Percussão (2, 5).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=VnVA0l6h73c

Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)

 

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