No período de 2017-2018, a
liderança do pianista avant-garde e free jazz, Matthew Shipp, atuou e gravou
em uma variedade de trabalhos com pequenos grupos. Frequentemente, ele fez
dupla com instrumentistas de sopro tais como Allen Lowe, Mat Walerian, Daniel
Carter, Roscoe Mitchell e uma dúzia de álbuns estonteantes com Ivo Perelman. Porém
é no piano solo e em trabalhos em trio que os talentos incomparáveis ao piano
de Shipp brilham. Nestes dois últimos anos tivemos o excelente “Piano Song
(Thirsty Ear, 2017) ” e o projeto solo “ Zero (ESP-Disk, 2018) ”. O trio que
nos trouxe “Piano Song” retorna com seu terceiro álbum, “Signature”.
Newman Taylor Baker é um dos mais
finos bateristas do jazz e trabalhou em grupos de cordas, bluegrass e outros gêneros. Ele atuou com Henry Threadgill, Billy
Bang, Henry Grimes, Leroy Jenkins dentre outros notáveis artistas progressivos.
Ele se juntou a este trio de Shipp em 2015 no álbum “The Conduct of Jazz
(Thirsty Ear Recordings,2015) ”. O baixista Michael Bisio tem uma história bem
estabelecida com Shipp, datando de “Art of the Improviser (Thirsty Ear
Recordings,2011) ”. Um talentoso compositor e improvisador, Bisio compôs para
filme e teatro e sua música tem sido apresentada em produções de animação.
A faixa título abre o álbum em um
lugar paradisíaco. A introdução reflexiva de Shipp, acompanhada pelo sutil
trabalho das escovinhas de Baker e o profundo baixo de Bisio, dá o caminho para
"Deep to Deep", um zumbido do arco em torno de um minuto. O passo capta,
consideravelmente, a maior transcendência em "Flying Saucer", uma
peça que, ao lado de "Zo #2", serve como uma lembrança do porquê Shipp
é, às vezes, comparada a Cecil Taylor. Duas reais diversões em “Signature” são
"Snap" e "New Z", com solos de percussão de Taylor. O álbum
encerra com "The Matrix", um épico em dezesseis minutos que vai e vem
no palco, que são, alternativamente, visceral e bucólico, e embalado em solos
atraentes.
“Signature” vem aproximadamente
dois anos após Shipp sair do seu antigo e multifacetado relacionamento como a Thirsty Ear Recordings. Isto remove
rumores que Shipp pararia as gravações o que, felizmente, não era realmente verdade.
A carreira de Shipp jogada em ondas, da era de David S. Ware e tem bate novos
picos sem aterrar no vale. “Signature” é um dos seus álbuns que atribui a si
mesmo maior adesão em cada audição.
Faixas: Signature; Deep to Deep; Flying Saucer; Snap; The Way; Stage
Ten; Speech of Form; Zo #2; New Z; This Matrix.
Músicos: Matthew Shipp: piano; Michael Bisio: baixo; Newman Taylor
Baker: bateria.
Fonte: Karl Ackermann (AllAboutJazz)
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