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sábado, 31 de julho de 2021

ADRIAN YOUNGE - THE AMERICAN NEGRO (Jazz Is Dead)

A imagem forte na frente da capa—tão familiar, mas ainda tão arrepiante—descreve a “estranha fruta” de um corpo de um homem negro balançando em um galho. Inverte para a capa do fundo e lá está uma visão diferente, uma fotografia tirada de perto do mesmo homem tomada por trás, um sinal fixado em suas costas. “THIS NIGGER VOTED – NT: Este negro votou” lê-se. As imagens vêm de uma série recriada de cartões postais, que celebrava o linchamento de afro-americanos. Nós somos, assim, informados: Esta não será uma experiência de uma audição casual.

“The American Negro” é uma suíte de 26 peças interconectadas, algumas com duração de segundos, nenhuma se estende além de cinco minutos, que apresenta Adrian Younge tocando, virtualmente, todos os instrumentos (teclados, guitarras, bateria/percussão, vibrafone, mesmo cítara) com acompanhamento orquestral e vocal. Younge também compôs aproximadamente todas as músicas e dirigiu um filme relacionado e podcast. É um ambicioso empreendimento e algo que —como previsto—deixa sua marca.

Uma peça com versos, “Revisionist History”, estabelece a cena. Diz, em parte: “Esta dança de menestrel leva séculos para desenvolver, mas sua criação expõe o prodigioso ou o mecanismo de relógio atrás do racismo e ódio na sociedade ocidental”. Lá em cima da música os temas estão expostos, de raiva e desgosto nascido do racismo institucionalizado e como eles devem ser encontrados com educação, positividade e, sim, amor. “Light on the Horizon” composta e cantada por Sam Dew, está fundamentada na estrutura do soul clássico, que deveria ter ser sentido igualmente em casa em álbum de Marvin Gaye nos anos 70. “Se você envelhece, espero que possua sua idade/Tudo que posso fazer para tentar, é tentar, em tradução livre”, ele canta. Similarmente, “Mama (You Will Make It) ” e “Dying on the Run”, a última apontando diretamente para o mau cheiro da violência armada, enfim pinta um quadro de esperança.

Porém, não há negação— como se torna claro em outras faixas faladas como “Race Is a Fallacy” e “Intransigence of the Blind”—que nós ainda temos um longo caminho para seguir antes das fotos horrorosas na capa verdadeiramente pertencerem ao passado.

Faixas

1 Revisionist History 01:30

2 The American Negro 04:36

3 The Black Broadcast 00:45

4 Revolutionize 03:22

5 Double Consciousness 00:38

6 Watch the Children 01:55

7 Dying on the Run 02:31

8 Intransigence of the blind 00:56

9 James Mincey Jr. 02:41

10 Disadvantaged Without a Title 00:39

11 Mama (You Will Make It) 01:50

12 The Black Queen 00:07

13 Margaret Garner 02:56

14 Race Is a Fallacy 01:50

15 Light on the Horizon 03:06

16 A Symphony for Sahara 03:05

17 America Is Listening 00:27

18 The March on America 02:19

19 Paradox of the Positive 00:07

20 The Death March 02:09

21 Black Lives Matter 01:20

22 Rotten Roses 03:07

23 Jim Crow’s Dance 01:14

24 Patriotic Portraits 02:12

25 George Stinney Jr. 05:01

26 Sullen Countenance 02:16

 Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

 https://www.youtube.com/watch?v=gArNTlRhX28

 Fonte: JEFF TAMARKIN (JazzTimes)

 

 

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