Em suas impetuosas notas para “Dialectical Imagination”, o
baterista Rob Pumpelly explora a ideia de encontrar “ a estética arrebatadora” na
música. O objetivo é embaraçar as fronteiras entre composição e improvisação pela
transcendência da “convencional autoconsciência”. O veículo particular do
baterista segue para aquilo que muitos outros instrumentistas chamariam de “a
zona”, que é “Dialectical Imagination NT: Imaginação Dialética”, um dueto com o
pianista Eli Wallace. O terceiro álbum da dupla, inicia com sinos ritualísticos,
diretamente invocando “Interstellar Space” de John Coltrane e Rashied Ali.
Da configuração da cena com os sinos, a abertura “Immutable
Light” ondula com as ondas do piano e o trabalho brilhante dos pratos. O piano
retira-se no meio para o ribomo de um intenso solo de bateria. É uma faixa
deslumbrante, mas a música fica progressivamente volátil a partir de lá. “Vanished”
exibe Wallace em seu melhor, misturando intensidade rítmica com lirismo
natural. O quarto final da peça é como uma queimadura de sol após a tempestade
da melodia. “Rung” inicia com reflexiva rotativa ao piano e toque espirituoso
na bateria, embora a peça, posteriormente, decole em um turbilhão
rítmico/textural para além de sua duração. O encerramento do álbum, “Infusion”,
imediatamente explode com uma densa e impactante energia com cheiro de Cecil
Taylor, embora haja frequentes frases musicais repetitivas ao piano, que conduz
os ouvintes através da faixa.
A mistura holística na composição e improvisação da gravação,
melodia e ritmo, volatilidade e interioridade tocam bem na reprodução,
invocando uma atmosfera crescentemente solta, sobretudo, para si mesmo.
Faixas:
Immutable Light; Vanished; Rungs; Infusion. (41:49)
Músicos:
Eli Wallace, piano; Rob Pumpelly, drums.
Fonte: Bradley
Bambarger (DownBeat)
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