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sábado, 24 de julho de 2021

JOE FIEDLER’S BIG SACKBUT - LIVE IN GRAZ (Multiphonics)

O nome “Joe Fiedler’s Big Sackbut” é gracioso e inspirador. O “alvo” do humor deveria ser óbvio para qualquer um em torno dos sete anos, enquanto a referência musicológica —um sackbut foi, no século XV, um predecessor do trombone, e comumente organizado em coros para músicas em igreja e cerimonial —perfeitamente ajustada ao conceito de Fiedler. Com seu próprio trombone ampliado pelos de Ryan Keberle e Luis Bonilla, mais Jon Sass na tuba, Fiedler’s Big Sackbut é uma arguta atualização do jazz de um coro de metal da Renascença, e um fino exemplo, danado, do que um grupo de trombones pode fazer.

“Live in Graz” é uma estonteante exibição de uma performance de uma banda, com arranjos muito bem elaborados, que você jurará que eles apresentam um instrumentista extra ou dois palcos. Há um adorável senso de uma orquestra na configuração de Fiedler para “Devil Woman” de Charles Mingus e o caos controlado, que arrasta as curvas de  “Su Blah Blah Buh Sibi” , maravilhosamente, a evocar o espírito do seu compositor, o notável, já falecido, Roswell Rudd.

Porém, é o toque individual que sela o acordo. Cada um dos três trombonistas apresenta comovente abrangência com velocidade e agilidade de fazer o queixo cair, mas não há espetáculo aqui. Seus virtuosismos são ofertados em exploração de ideias musicais, não de egos. O solo mais longo de Bonilla em “I’m In” é um perfeito exemplo, usando uma completa variação do instrumento, mas tão firmemente construído e tematicamente coerente, que você quase não observa quantas oitavas ele cobre. A tomada na introdução mutante de Keberle para “Devil Woman”, que usa surdina e multifônicos (cantando uma nota enquanto tocando outra) para transformar sua entonação mais efetivamente do que a eletrônica jamais poderia. Talvez, a performance mais doce do álbum é a interpretação de “Yankee No-How” de Rudd, na qual todos os três trombonistas invocam a interseção do blues visceral e a audácia avant-garde, que definiu a carreira de Rudd.

Faixas

1 Peekskill (Joe Fiedler) 7:10

2 Devil Woman (Charles Mingus) 7:49

3 I'm In (Joe Fiedler) 7:01

4 Bethesda Fountain (Roswell Rudd) 6:48

5 Ways (Joe Fiedler) 4:41

6 Yankee No-How (Roswell Rudd) 6:44

7 Chicken (Joe Fiedler) 6:36

8 Su Blah Blah Buh Sibi (Roswell Rudd) 9:01

9 Tonal Proportions (Joe Fiedler) 4:20

Fonte: J.D. CONSIDINE (JazzTimes)

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