Will Vinson considera-se um pianista frustrado, que
será menos surpreendente se você ouvi-lo tocar, porque o jovem londrino (que
agora reside em Nova York) tem um sutil senso harmônico, que desenvolveu sobre
sete lançamentos como líder. Porém, “ Whirlwind”, sua estreia, o satisfaz como
uma espécie de sonho de um projeto de uma gravação em duo e formações em
quarteto com não menos que cinco grandes tecladistas e suas respectivas seções
rítmicas.
De longe, o mais importante, no senso de afinidade
musical, é Gonzalo Rubalcaba. Com Larry Grenadier e Eric Harland, o grupo adota
em “That Happened” uma esperta reimaginação de “It Could Happen To You” com um
entusiasmo que não esteve ao redor desde os dias do bebop. Porém, há outros prazeres aqui, também. “Boogaloo” de
Sullivan Fortner é uma perfeita abertura, e uma abordagem relaxada para a
gravação, sem ensaio e muito pouco alvoroço de estúdio, empresta um estusiasmo
palpável e uma espontaneidade nos procedimentos. “Cherry Time” de Gerald
Clayton tem uma sombria intimidade palpitante sustentada por Matt Brewer e
Clarence Penn, enquanto seu “I Am James Bond” longe de ser animado e seguro com
o título sugere, é uma deliciosa balada.
Vinson consome as situações, e não há uma simples
máquina velha. Ele sempre foi um daqueles instrumentistas que lida com, algumas
vezes, assustadoras novas músicas como o jovem Bobby Fischer jogando xadrez
velozmente, mas com humor e afetividade. De fato, aqui, cada faixa convida um
pensamento desejoso, que houve em cada álbum com cada banda. Isto deve ser, claro, o próximo passo. Mas
para o momento, isto se sente como um sonho musical vira verdade.
Faixas: Boogaloo;
Love Letters; Banal Street; Oasis; I Am James Bond; Cherry Time; Work; KW; The
Way To You; That Happened; Milestones. (74:41)
Músicos: Will
Vinson, saxofones soprano e tenor; Gerald Clayton, Sullivan Fortner, Tigran
Hamasyan, Fred Hersch, Gonzalo Rubalcaba, piano; Matt Brewer, Larry Grenadier,
Matt Penman, Rick Rosato, baixo; Obed Calvaire, Eric Harland, Billy Hart,
Clarence Penn, Jochen Rueckert, bateria.
Fonte: Brian
Morton (DownBeat)
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