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domingo, 29 de agosto de 2021

MIGUEL ZENÓN - LAW YEARS: THE MUSIC OF ORNETTE COLEMAN (Miel Music)

Como ouvir a música de Ornette Coleman? Com uma improvável, mas lógica extensão do vocabulário bebop? Como "free- NT: livre" caos sem amarras da harmonia? Como um tributário da grande corrente dos saxofonistas do Texas? Como um melodista mais puro do jazz?

A música de Coleman, que faria 91 anos em 9 de Março de 2021, foi tudo isto e muito mais. Por que não deveria um corpo de trabalho que apresenta muitos pontos de entrada seja tão onipresente na gravação quanto Thelonious Monk, que foi uma figura tão iconoclasta e impenetrável no início dos anos 1950 como Coleman foi no fim da década? O mundo do jazz, parece, não está completamente envolvido com a mudança do século (passado).

Felizmente, Miguel Zenon tem envolvimento e “Law Years: The Music of Ornette Coleman” é a prova. Após um recente conjunto de lançamentos, que profundamente examinou a herança portorriquenha de Zenón, esta é uma partida inesperada. Porém, “Law Years” vigorosamente defende para Coleman uma parte igualmente vital da herança musical de Zenón e a posição de Coleman como compositor de jazz.

Com o saxofonista tenor Ariel Bringuez, o baixista Demian Cabaud e o baterista Jordi Rossy, a banda espelha o outro "Quarteto de Ornette" com o saxofonista tenor Dewey Redman, o baixista Charlie Haden e Billy Higgins ou Edward Blackwell na bateria. É uma ágil e vigorosa unidade que ataca o material agitado com brio e premente movimento arrojado. Dê o crédito a Rossy, um catalão cujo estilo nos pratos é mais Higgins que Blackwell. Cabaud, da Argentina, não é Charlie Haden (quem é?), mas é sólido em um papel difícil. Bringuez, um Cubano, é um instrumentista padrão, que ocasionalmente alcança tradições do pré-bop para algumas das suas lambidelas. Ele usa floreios um pouco românticos dos cubanos sonhadores ao modo de Sonny Rollins, cuja entonação de Bringuez se assemelha a gotejamento de pepitas de calypso em suas improvisações.

Esta é a música da banda, desordenada, ocasionalmente conflituosa e conversacional. Mesmo assim, Zenón emerge como a voz mais convincente de “Law Years”. Por toda sua benevolência e conexões para cantar—algo que ele compartilha com Coleman— a voz do saxofone de Zenón é ultra-expressiva no modo em que Coleman não está; contudo, altoístas estão reconhecivelmente falando a linguagem do bebop, embora em diferentes dialetos. Enfim, a mercurialidade de Zenón e sua audácia são magnéticas, e "Law Years" vem, apaixonadamente, comprometidas com o manifesto da proposta. "Esta é nossa música" diz. "Ouça e surpreenda-se".

Faixas: Tribes of New York; Free; Law Years; Giggin'; Broken Shadows; Dee Dee; Toy Dance/Street Woman

Músicos: Miguel Zenon: saxofone alto; Ariel Bringuez: saxofone tenor; Demian Cabaud: baixo; Jordi Rossy: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=FICPh21YvsU

Fonte: John Chacona (AllAboutJazz)

 

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