O quarto trabalho como líder do guitarrista Wolfgang
Muthspiel para a ECM Records—e seu segundo célebre lançamento em trio, seguindo
“Driftwood (ECM Records, 2014) ”— é uma maravilha de engenhosa interação, de
sensibilidade musical e de sinceridade absoluta. Unindo forças com o baterista Brian
Blade, um antigo companheiro de banda, e o baixista Scott Colley, uma parceria
que vem desde os anos 90, Muthspiel investiga as mais profundas reentrâncias em
sua mente e som, apresentando um programa que é tão absorvente quanto
revigorante.
Gravado em Tóquio, após três noites, dentre seis
apresentações no Cotton Club local, “Angular
Blues” providencia um quadro de um grupo que está, uma vez mais, relaxado e
cuidadoso. A abertura,"Wondering", com o calor de Colley e seu espaçoso
baixo assumindo o papel, é marcado por finas graças e sugestões substanciais,
conforme todas as três festas entremeiam e dançam em cinco, enquanto tomam as
sombras e luzes. Trocando a engrenagem com a faixa título, Muthspiel e companhia
ativamente engaja-se em manobras algo ambíguas, que têm um brilho peculiar e
caráter mercurial ao seu jeito, enquanto atendendo a reconhecidas dívidas com “Three
Quartets (Warner Music, 1981) ” de Chick Corea e a música de Thelonious Monk. Então,
intercambiando astutas ideias por pura beleza, o trio apresenta a suave
"Hüttengriffe". Com deslumbrante estética em fluxo lento e uma
perspectiva de menos é mais. É facilmente uma das músicas mais atraentes da
gravação (e do catálogo inteiro de Muthspiel).
Muthspiel trabalhou com o violão na abertura do terceiro álbum—uma
escolha que adiciona para o tranquilo e matizado desenho da música—mas a
guitarra elétrica possui o papel remanescente do programa. Em alguns locais—quando
ele compôs atrás de Colley em "Camino", por exemplo—a diferença é
quase imperceptível. Porém, o sutil impulso na presença, timbre e sustentação tonal
vêm a ser mais aparente, quando ele na entrada dá mais audazes configurações,
como em "Ride". Ultimamente, embora a personalidade de Muthspiel
permaneça intacta e persuasiva, independente do instrumento escolhido.
Enquanto, “Angular Blues” foca na música original —com estes
primeiros cinco números, a dinâmica "Kanon in 6/8" e a fascinante
"Solo Kanon in 5/4", todas originadas da pena e da mente de Muthspiel—o
guitarrista quebra a norma dos seus trabalhos anteriores pela ECM, incluindo um
par de standards. "Everything I Love", com um dos mais memoráveis
solos de Colley e algumas das divertidas interações com Blade, e o encerramento
do álbum, "I'll Remember April", priorizando a melodia e a vibração, que
provam ser destaques e inclusões complementares.
Chamando este mais forte trabalho de Muthspiel para o selo
elogiado de Manfred Eicher, isto deve minimizar os pontos fortes dos seus
predecessores, mas isto não faz qualquer coisa menos verdadeiro. “Angular Blues’,
alinhado para além daquele que o precede, é um vencedor por completo.
Faixas : Wondering;
Angular Blues; Hüttengriffe; Camino; Ride; Everything I Love; Kanon in 6/8;
Solo Kanon in 5/4; I'll Remember April.
Músicos : Wolfgang
Muthspiel: guitarra; Scott Colley: baixo; Brian Blade: bateria.
Fonte: Dan
Bilawsky (AllAboutJazz)
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