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sábado, 9 de outubro de 2021

BEN WENDEL - HIGH HEART (Edition)

O novo álbum do saxofonista Ben Wendel parece, às vezes, menos como uma gravação de jazz e mais como uma coleção de preces. Sem palavras ou mesmo com scat de silabas, o vocalista Michael Mayo oferece melodias calorosas e belas, que convidam qualquer ouvinte a oferecer suas próprias intenções. A abertura da faixa título parece como um vocal equivalente a um abraço angelical. Intencional ou não, é um completo bálsamo suavizante em um horroso 2020.

Após passar seu último par de gravações explorando “The Seasons” com seu próprio grupo e densidade, ainda com encantador jazz eletrônico fluído com o Kneebody, Wendel inclina-se para uma atmosfera mais tecnológica do que nunca, ligando os tecladistas Shai Maestro e Gerald Clayton para criar um quadro cinético no qual ele e Mayo pintam. A voz de Mayo, que apresenta alguns dos mais assombrosos vocais sem palavras (especialmente em “Less”) , desde que Clare Torry invocou o espectro da morte em “The Great Gig in the Sky” de Pink Floyd,  é transformada por texturas reverberantes e eletrônicas, trazendo plenitude à melodia e harmonia, e causando uma sinfonia de nuances. Ao ouvir a melodia de “Kindly” na qual Mayo e Wendel espelham e expande o completo arco sonoro da música. A interação entre o encorpado envolvimento de duas vozes líderes e a complexidade de uma configuração Escheriana da seção rítmica (o baixista Joe Sanders e o baterista Nate Wood) serve para elevar o brilhantismo de ambos. É uma grande orientação para o estilo de composição de Wendel.

O álbum encerra com outra pregação de Mayo, a sonhadora divagação de “Traveler”. Sugere mesmo adicionais jornadas para este grupo embarcar, como se oferecesse um local para descansar todos nós que estamos cansados.

Faixas: High Heart; Burning Bright; Kindly; Less; Drawn Away; Fearsome; Darling;

Músicos: Ben Wendel: saxophone, oboe, EFX; Shai Maestro: piano, Fender Rhodes; Gerald Clayton: piano, Fender Rhodes; Joe Sanders: baixo; Michael Mayo: vocal, EFX; Nate Wood: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=-LCcephMQWI

Fonte: JACKSON SINNENBERG (JazzTimes)

 

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