Embora, ao fim, conhecida por sua habilidade composicional (aproximadamente
300 canções, ao lado de coescrever os originais de Lady and the Tramp para a Disney), Peggy Lee foi inicialmente reconhecida
como sedutora e sensual, uma fria intérprete, assim como uma provocante, mas
distinta sereia, que adotou entonações moderadas, enquanto caminhando através
do Tin Pan Alley (NT: Tin Pan Alley
era a coleção de editoras musicais e compositores nova iorquinos que dominaram
a música popular dos Estados Unidos no fim do século XIX e início do século XX).
Além de alcançar (a era) das big bands,
uma década após seu tempo com a Orquestra de Benny Goodman, Lee alojou-se em um
programa de rádio, na parte do topo, nos anos 1950, interpretando clássicos do
repertório estadunidense com estrelas da composição tais como Hoagy Carmichael,
Matt Dennis, Frank Loesser e Johnny Mercer como seus parceiros ocasionais de
dueto. Apresentando diversas faixas não lançadas, que nunca foram gravadas
comercialmente, “Something Wonderful” é adequadamente intitulada, uma
surpreendentemente estimada orquestração, fundamentalmente animada para o
pós-guerra da América com Lee em sua jovialidade sob a direção musical de Russ
Case e Sonny Burke.
Enfeitado por um som superior pelo engenheiro/arquivista,
Michael Graves, estas mais de 40 canções, em dois discos, permitem à cantora refestelar-se
e tocar em frente uma orquestra apequenada com um leve matiz do blues e uma
suavemente excitante seção rítmica. Juntando-se com um, preferivelmente, som
sentimental de Mercer, Lee seduz em torno do balanço de “corrente alternada
positiva” em uma moda raramente ouvida dela. Permite uma suave e delicada harpa,
um piano-bar, uma seção de instrumento de sopro para guiá-la, lentamente
através de entonações melosas de “Come Rain or Come Shine” e vai da conversa de
Mercer sobre o tema da canção da sua filha (uma adorável “Mandy Is Two”) para
algo mais sonoro com uma breve tomada em “Blues in the Night”.
Enquanto “From This Moment On” e “Just One of Those Things” de
Cole Porter dão licença para notas pomposas e sedosas, seu “I’ve Got You Under
My Skin” é um espirituoso blues, no qual ela encontra todos os acentos certos
para improvisar. As sessões apresentando Carmichael encontram Lee conduzindo
para o tranquilo arranjo em zigue-zague de “Skylark” , com inocente alegria, antes
de chegar ao refrão; uma vez lá, sua voz vem a ser lânguida, uma aragem sulina.
E sua apropriação única da marca de Dennis para o jazz no medley “We Belong Together/Angel Eyes/Let’s Get Away from It All” é
poética e brilhante.
Unido por Loesser, Lee desliza e escorrega através de um medley muito rápido de cinco canções,
com seu suave trinado vocal agindo como um contraponto para suas entonações
ásperas, tudo antes de encerrar o trabalho com uma tomada suave de “Somebody
Loves Me”, uma despreocupada pegada em “Oh, Look at Me Now” e um conjunto de
clássicos brilhantes: “When You’re Smiling”, “Try a Little Tenderness” e “All
of Me.”
“Something Wonderful” não carece de nada vocal ou melódico, em
surpreendente extensão de estudos baseada na personagem Lee ou sua diversidade
de abordagens rítmicas. Este resenhista simplesmente queria mais.
Fonte: A.D. AMOROSI (JazzTimes)
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