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domingo, 10 de outubro de 2021

THE BRAZILIAN TRIO - ÁGUAS BRASILEIRAS (Zoho Music)

“Águas Brasileiras” acena com suas belezas e energia, e este trio serve como um perfeito veículo para carregar as orelhas para água viva. O pianista Hélio Alves, o baixista Nilson Matta e o baterista Duduka Da Fonseca—três brasileiros pesos pesados residentes em Nova York há muito tempo— tocaram juntos em diferentes configurações e situações por décadas. E quando eles pela primeira vez tocaram juntos sobre a denominação de “Forests (Zoho Music, 2008) ”, eles rapidamente alcançaram o respeito, que logo, assim magnificamente, mereceram uma nominação ao Grammy Latino. Desde este tempo, nos trabalhos em estúdio e palco, seus laços têm apenas crescido mais forte e flexível, um fato feito evidentemente em ordem menor neste revigorante lançamento.

Abrindo com um samba animado, "Maúcha Na Praia"— ode de Da Fonseca à sua esposa, a vocalista Maúcha Adnet— este trabalho imediatamente atua em modo de uma batida alegre. Então Matta tira seu chapéu a São Paulo com "Sampa 67". O estímulo de Alves e o acorde aguçados e melodias provam ser excitantes, o rico solo de Matta oferece o toque com um claro destaque, assim como a correria das escovinhas de Da Fonseca e o trabalho sincopado das baquetas no cenário flamejante. Em meros seis minutos, há a definição da amizade forjada em um aquecido musical.

Usando uma linguagem híbrida do jazz brasileiro, o trio explora profundamente a história em ambos os lados do hífen. Primeiro há um mergulho na música do filme de Black Orpheus (NT: Orfeu Negro). Costurando junto um medley contendo "A Felicidade", "Manhã De Carnaval" e "Samba de Orfeu", cuja unidade triangular move-se de introduções sedutoras para conclusões crescentes. Então, ele sublinha os sons familiares de "Boogie Stop Shuffle" de Charles Mingus com o salto dos ritmos do Baião, enquanto ainda aludiam e pescavam através de fundações das canções originais. É uma exibição magistral das forças dos ritmos e maleabilidade. Mais adiante, o trabalho pungente do arco de Matta inaugura um espirituoso olhar para o trabalho de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira em "Asa Branca/Baião", a única música não original da segunda metade do álbum.

“Águas Brasileiras” continua, homenageia o povo e locais e flui em moda elegante. Há  "Aninha", de Alves , uma beleza em três, dedicada à filha mais velha do compositor; "Baden" de Matta , um tributo apaixonado e motriz para Baden Powell, que desliza um pouco para J.S. Bach; a magnificamente cintilante faixa título, acenando para rios e oceanos em seus fluxos suaves; "Manhattan Style" de Da Fonseca , um samba frenético, capturando a vibração da vida de Nova York (e homenageando o falecido Cláudio Roditi) e , finalmente, "Vila Madalena" de Alves, referenciando a vizinhança do pianista da sua nativa São Paulo com uma injeção de positividade.

Gravado no Brooklyn, mera três semanas antes da COVID-19, que trouxe o mundo inteiro para o impasse, esta música desconhece as dificuldades e lutas que, rapidamente, tomaram posse e multiplicaram-se. É simplesmente um presente prazeroso e intimista de três homens, que elevam a altura e interagem com clareza de propósito. Música como esta tem sempre interessado, mas carrega mesmo maior importância com o momento de sua chegada. Simplificando, é um som radiante e luz capaz de bloquear a escuridão destes dias.

Faixas: Maúcha Na Praia; Sampa 67; Black Orpheus Trilogy; Boogie Stop Shuffle; Anninha; Baden; Asa Branca/Baião; Águas Brasileiras; Manhattan Style; Vila Madalena.

Músicos: Hélio Alves: piano; Nilson Matta: baixo acústico; Duduka Da Fonseca: bateria.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=Q0RbSNjIENw

Fonte: Dan Bilawsky (AllAboutJazz)

 

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