“Águas Brasileiras” acena com suas belezas e energia, e este
trio serve como um perfeito veículo para carregar as orelhas para água viva. O
pianista Hélio Alves, o baixista Nilson Matta e o baterista Duduka Da Fonseca—três
brasileiros pesos pesados residentes em Nova York há muito tempo— tocaram
juntos em diferentes configurações e situações por décadas. E quando eles pela
primeira vez tocaram juntos sobre a denominação de “Forests (Zoho Music, 2008) ”,
eles rapidamente alcançaram o respeito, que logo, assim magnificamente,
mereceram uma nominação ao Grammy Latino. Desde este tempo, nos trabalhos em estúdio
e palco, seus laços têm apenas crescido mais forte e flexível, um fato feito
evidentemente em ordem menor neste revigorante lançamento.
Abrindo com um samba animado, "Maúcha Na Praia"—
ode de Da Fonseca à sua esposa, a vocalista Maúcha Adnet— este trabalho
imediatamente atua em modo de uma batida alegre. Então Matta tira seu chapéu a São
Paulo com "Sampa 67". O estímulo de Alves e o acorde aguçados e
melodias provam ser excitantes, o rico solo de Matta oferece o toque com um
claro destaque, assim como a correria das escovinhas de Da Fonseca e o trabalho
sincopado das baquetas no cenário flamejante. Em meros seis minutos, há a
definição da amizade forjada em um aquecido musical.
Usando uma linguagem híbrida do jazz brasileiro, o trio explora
profundamente a história em ambos os lados do hífen. Primeiro há um mergulho na
música do filme de Black Orpheus (NT:
Orfeu Negro). Costurando junto um medley
contendo "A Felicidade", "Manhã De Carnaval" e "Samba
de Orfeu", cuja unidade triangular move-se de introduções sedutoras para
conclusões crescentes. Então, ele sublinha os sons familiares de "Boogie
Stop Shuffle" de Charles Mingus com o salto dos ritmos do Baião, enquanto
ainda aludiam e pescavam através de fundações das canções originais. É uma
exibição magistral das forças dos ritmos e maleabilidade. Mais adiante, o
trabalho pungente do arco de Matta inaugura um espirituoso olhar para o
trabalho de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira em "Asa Branca/Baião", a
única música não original da segunda metade do álbum.
“Águas Brasileiras” continua, homenageia o povo e locais e flui
em moda elegante. Há "Aninha",
de Alves , uma beleza em três, dedicada à filha mais velha do compositor;
"Baden" de Matta , um tributo apaixonado e motriz para Baden Powell,
que desliza um pouco para J.S. Bach; a magnificamente cintilante faixa título, acenando
para rios e oceanos em seus fluxos suaves; "Manhattan Style" de Da
Fonseca , um samba frenético, capturando a vibração da vida de Nova York (e
homenageando o falecido Cláudio Roditi) e , finalmente, "Vila
Madalena" de Alves, referenciando a vizinhança do pianista da sua nativa
São Paulo com uma injeção de positividade.
Gravado no Brooklyn, mera três semanas antes da COVID-19, que
trouxe o mundo inteiro para o impasse, esta música desconhece as dificuldades e
lutas que, rapidamente, tomaram posse e multiplicaram-se. É simplesmente um
presente prazeroso e intimista de três homens, que elevam a altura e interagem
com clareza de propósito. Música como esta tem sempre interessado, mas carrega
mesmo maior importância com o momento de sua chegada. Simplificando, é um som
radiante e luz capaz de bloquear a escuridão destes dias.
Faixas: Maúcha Na Praia; Sampa 67; Black Orpheus Trilogy;
Boogie Stop Shuffle; Anninha; Baden; Asa Branca/Baião; Águas Brasileiras;
Manhattan Style; Vila Madalena.
Músicos: Hélio Alves: piano; Nilson Matta: baixo acústico;
Duduka Da Fonseca: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=Q0RbSNjIENw
Fonte: Dan
Bilawsky (AllAboutJazz)
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