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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

GILFEMA - THREE (Sounderscore)

Na superfície, “Three” parece um título completamente prosaico. Como estudantes de Berklee, o guitarrista Lionel Loueke, o baixista Massimo Biolcati e o baterista Ferenc Nemeth formaram um trio, que eles batizaram Gilfema, a partir da primeira sílaba do primeiro nome de cada instrumentista (o de Loueke é Gilles). Embora, os ouvintes estadunidenses os reconheçam, quando muito, a partir do álbum “Karibu” de Loueke, de 2009, pela Blue Note, previamente a este, Gilfema gravou dois álbuns na França. Consequentemente, “Three”, é o terceiro álbum deste trio.

Ao iniciar a audição, entretanto, fica claro que “Three” não é simplesmente uma continuação de “Gilfema (2005) ” e “Gilfema +2 (2008) ”. Estes álbuns tenderam para prática do jazz, instigando a forma da canção para um espaço solo. “Three”, por contraste, não apenas passa sua ênfase através da música, mas usa sobreposições para reforçar cada conteúdo melódico, através de vocais de múltiplas faixas e linhas adicionais da guitarra. Além disso, Biolcati, que se mantém no baixo acústico nos dois primeiros álbuns, está predominantemente no baixo elétrico, emprestando mais um brilho pop para o som de ponta a ponta.

Todavia, tomando “Three” como um movimento através da acessibilidade comercial, perde-se o ponto, porque o que estes três, aqui, documentam a amplitude da diáspora africana através da variedade rítmica. Embora, apenas uma faixa seja reinterpretação —uma suave tomada polirrítmica de “Little Wing” de Hendrix —Gilfema a conduz em um amplo campo, cultural e estilístico. Há uma doce insistência soukous (NT: é um gênero musical que surgiu nos dois países vizinhos do Congo belga e Congo francês durante a década de 1930 e início de 1940, e que ganhou popularidade por toda a África) em “Brio”, um balanço provocador conduzindo “Lé”, uma pulsação descontraída de calypso sob “Fleuve Congo” e um aceno para o funk dos Meters de New Orleans em “Algorythm and Blues”. Enquanto, Loueke domina, se através sobreposições, que carrega o álbum é o comunalismo do balanço, particularmente a profundidade da conexão entre Biolcati e Nemeth, que se movimentam através destas faixas como se unidos pela cintura.

Faixas : Têkê; Little Wing; Lé; Happiness; 13th Floor to Heaven; Brio; Fleuve Congo; Algorythm and Blues; Dear J.L.; Aflao; Left Undone; Requiem For a Soul; Until.

Músicos: Lionel Loueke: guitarra acústica; Ferenc Nemeth: bateria; Massimo Biolcati: baixo.

Fonte: J.D. CONSIDINE (JazzTimes)

 

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