Globalmente, em nosso corrente momento problemático, o jazz é
desafiado como comércio, mas é florescente como arte. Um número sem precedente
de pessoas que você não conhece, que vem de todo lugar, está realizando excelentes
gravações. Gui Duvignau nasceu na França, cresceu no Brasil, foi educado nos
Estados Unidos em Berklee, migrou para Paris, então retornou a Nova York para
obter um grau de mestre pela NYU.
Há, de fato, três impressionantes novos instrumentistas em “3,
5, 8”. Os outros dois são o pianista Santiago Liebson da Argentina e o guitarrista
Elias Meister da Alemanha. O âmago deste álbum é um trio com Liebson, Duvignau no
baixo e o veterano estadunidense Jeff Hirshfield na bateria.
“Volta”, a faixa de abertura, é hipnótica, uma melodia
simples, sem adorno que circula e paira. A insistência de Liebson no tema,
acordes melancólicos, vem a ser encantadora. O ritual é mais profundo por causa
de Duvignau e Hirshfield, que abandonam qualquer pensamento de manter o tema em
vez de ribombar e mover-se com estrépito no lugar. “Volta” nunca se amarra a
uma resolução. Simplesmente, desacelera e para, deixando a melodia como parte
do ar.
“Une pensée pour Paris” e “2” como “Volta” são células de melodia
a qual o trio deriva em implicações inesperadas. O modelo arrebata e faz saltitar.
Duvignau toma densidades ocasionais, explorando solos de
baixo, mas a identidade distinta de 3, 5, 8 inicia com suas composições purificadas
e conceitos modernos da forma da banda. Na metade das faixas o trio passa a ser
um quinteto: Meister e o saxofonista tenor Billy Drewes (com quem Duvignau estudou
na NYU) traz novas texturas e intensifica a estética abrangente do álbum. Drewes está tranquilamente
apaixonado na canção de amor, “Yerevan”. A abrangência de Meister é ampla. Sua
guitarra sussurra como um coro distante em “Minas” e raspa e lamenta, então se inclina
para um solo espetacular em “Somewhat”.
Faixas : Volta;
'2' ; Yerevan; Minas; Une pensée pour Paris; Vem Logo!; Detuned for Drewes;
Somewhat; Right? Wow!
Músicos:
Gui Duvignau: baixo acústico; Billy Drewes: saxofone; Elias Meister:
guitarra; Santiago Leibson: piano; Jeff Hirshfield: bateria.
Fonte:
THOMAS CONRAD (JazzTimes)
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