O quarteto CODE nunca encontrou qualquer coisa ausente em
música “sem corda”. Nem os leva a lançarem estas explorações selvagens e profundas
de muitas bandas free-jazz sem piano. Eles tratam a ausência de harmonia como
oportunidade prosaica para evocação, uma criativa zona para convocar os
espíritos. O espaço entre camadas e respeito pelo intermediário serve-lhes bem
(exceto para o baixista Adrian Vedady que, às vezes, não se apresenta
claramente), como travessuras irregulares da composição. O sax alto de Christine
Jensen também toma uma passagem sozinho, ou opera um contraponto ao trompete de
Lex French. Então, estas linhas vêm a ser cabos na improvisação, subjacentes ao
conjunto.
Todos compuseram, exceto o baterista Jim Doxas (que mixou o
álbum), e todos tomaram conta do entorno do âmago, nunca rasgando, dilacerando,
empurrando ou contestando as correntes da rede de cada um. Tal polidez nunca cai
rígida, entretanto. Eles mantêm a fé na democracia musical e na espiritualidade:
a noção que qualquer parceiro pode tomar o todo, sondar, esperar, então se
expressar quando alguma coisa disser que chegou.
Doxas alimenta o grupo com fogo, sabendo exatamente quando bater
e como trabalhar suavemente. Os instrumentos de sopro podem penetrar e
perfurar, porém, mais frequentemente, implementam o legato, manifestando o fluxo
unificador das suas quatro pedras. O mais impressionante de tudo, eles aparecem
em estado natural. Não deve ser fácil. Porém, eles fazem parecer algo que não
poderia ser de outro jeito.
Faixas : Tipsy;
Watching It All Slip Away; Genealogy; O Sacred Head, Now Wounded; Wind Up;
Requiem; Day Moon; Beach Community.
Músicos: Adrian Vedady: baixo acústico; Christine Jensen:
saxofone; Lex French: trompete; Jim Doxas: bateria.
Fonte: ANDREW
HAMLIN (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário