Os lamentos apocalípticos e ribombos de turbina de avião desconcertados
pelo trio baseado em Brooklyn, GRID, são pura catarse. Que esta descomunal,
ainda que um clamor indutor de transe vemha apenas de uma linha de frente formada
por saxofone/baixo/bateria seja alucinante, mas, também, é um testamento para
suas linhagens. Dois terços do GRID—o saxofonista Matt Nelson (também da Amirtha Kidambi’s Elder Ones e Battle Trance) e o baixista Tim Dahl—são
membros correntes do Flying Luttenbachers,
um conjunto autoungido de programação brutal de Weasel Walter, e o baterista
Nick Podgurski é uma força integral nos subterrâneos do metal tão bem quanto um
improvisador de risco.
Na estreia do trio, em 2017, com seu próprio nome, Nelson,
Dahl e Podgurski acenou para companheiros como Borbetomagus e Peter Brötzmann,
mas provou não ser uma regressão. Seguindo os passos de uma altamente
recomendada colaboração com a rainha sem onda, Lydia Lunch, eles retornam para
provocar mais destruição com seu trabalho mais maduro. No adequadamente
intitulado “Decomposing Force”, a singular improvisação free deles é mais espaçoso e mais sombrio do que nunca, uma perfeita
trilha sonora para o infernal precipício que foi 2020.
“Brutal Kings” dá o arranque em “Decomposing Force”, imediatamente
configura a entonação para uma tempestade de fogo sustentada em 38 minutos. A
música mais curta na gravação está em torno de quatro minutos, deve voar sobre
os trilhos com abandono espasmódico, mas suínga também. Com Podgurski há uma âncora
angular, Nelson eDahl—através de uma formação dos efeitos pedal—gerar um rumor
horripilante. Os guinchos que Nelson persuade a partir de seu saxofone nunca
soou tão assombroso quanto sombrio, nas distorcidas “The Weight of Literacy” e
“Cold Seep”. Usando eletrônica, barulho e elementos metálicos, GRID impulsiona uma
quase impossível façanha em soar como um free-jazz
Sunn O))).
Faixas: Brutal
Kings; Nythynge; The Weight of Literacy; Cold Seep.
Músicos: Matt Nelson: saxofone; Tim Dahl: baixo; Neil
Podgurski: piano.
Fonte: BRAD COHAN (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário