Matthew Stevens mantém-se em companhia de alto nível. Sua
lista de empregadores inclui Terri Lyne Carrington, Esperanza Spalding e Linda
May Han Oh. Ele também faz vigorosas gravações em seu próprio nome, como “Preverbal
and In Common” (em dois volumes). Como muitos guitarristas de jazz, ele começou
no rock. As sofisticadas improvisações de jazz em “Preverbal” contém ocasionalmente
acompanhamentos improvisados de heavy
metal, relembrando suas origens.
“Pittsburgh” é surpreendente: um álbum solo acústico. A
estória por trás é que em Setembro de 2020, Stevens estava protegido em um
lugar em Pittsburgh. As restrições do lockdown
foram desafiadoras, mesmo antes dele fraturar seu cotovelo em um acidente de
bicicleta. Em parte, como terapia física, ele iniciou a prática de sua clássica
guitarra acústica. Ele criou alguns esboços, que vieram a ser 11 pequenas
composições. Este recital em 32 minutos, gravado em um estúdio em Pittsburgh, é
o resultado.
Dadas as circunstâncias desafiadoras da gravação e os
excepcionais recursos técnicos de Stevens, “Pittsburgh” é fácil de admirar. A
maioria das músicas têm estruturas complexas de contramelodias, arpejos,
chamadas e respostas e linha rítmicas. Stevens é rápido o bastante, neste álbum
sem overdubs (NT : é uma técnica utilizada na gravação de
áudio, onde uma passagem tenha sido pré-gravada, e, em seguida, durante a
reprodução, uma outra parte é gravada para ir junto com o original), toca
duetos consigo mesmo.
Porém, “Pittsburgh” não é fácil de amar. Peças de Stevens
frequentemente soam mais como exercícios que músicas. Toda sua agitação, raramente,
culmina em memorável melodia. Mesmo peças introspectivas como “Ending Is
Beginning” e “Miserere”, enquanto sugerem uma disposição enlevada, falha em
realizar muitos momentos com o atual lirismo.
Outros guitarristas que causaram um impacto com seus
projetos solo, como Pat Metheny e Bill Frisell, são compositores mais completos
e mais dispostos para explorar o repertório rico de fontes exteriores (música
tradicional estadunidense e popular). A escolha de Stevens para gravar apenas
suas próprias músicas é autolimitante. “Pittsburgh” deve apelar para viciados
em guitarristas e guitarra, mas será uma pequena nota de pé de página em sua
discografia.
Faixas : Ambler;
Purpose Of A Machine; Buckets; Can Am; Foreign Ghosts; Northern Touch; Cocoon;
Ending Is Beginning; Blue Blues; Broke; Miserere.
Fonte: THOMAS
CONRAD (JazzTimes)
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