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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

MATTHEW STEVENS - PITTSBURGH (Whirlwind)

Matthew Stevens mantém-se em companhia de alto nível. Sua lista de empregadores inclui Terri Lyne Carrington, Esperanza Spalding e Linda May Han Oh. Ele também faz vigorosas gravações em seu próprio nome, como “Preverbal and In Common” (em dois volumes). Como muitos guitarristas de jazz, ele começou no rock. As sofisticadas improvisações de jazz em “Preverbal” contém ocasionalmente acompanhamentos improvisados de heavy metal, relembrando suas origens.

“Pittsburgh” é surpreendente: um álbum solo acústico. A estória por trás é que em Setembro de 2020, Stevens estava protegido em um lugar em Pittsburgh. As restrições do lockdown foram desafiadoras, mesmo antes dele fraturar seu cotovelo em um acidente de bicicleta. Em parte, como terapia física, ele iniciou a prática de sua clássica guitarra acústica. Ele criou alguns esboços, que vieram a ser 11 pequenas composições. Este recital em 32 minutos, gravado em um estúdio em Pittsburgh, é o resultado.

Dadas as circunstâncias desafiadoras da gravação e os excepcionais recursos técnicos de Stevens, “Pittsburgh” é fácil de admirar. A maioria das músicas têm estruturas complexas de contramelodias, arpejos, chamadas e respostas e linha rítmicas. Stevens é rápido o bastante, neste álbum sem overdubs (NT : é uma técnica utilizada na gravação de áudio, onde uma passagem tenha sido pré-gravada, e, em seguida, durante a reprodução, uma outra parte é gravada para ir junto com o original), toca duetos consigo mesmo.

Porém, “Pittsburgh” não é fácil de amar. Peças de Stevens frequentemente soam mais como exercícios que músicas. Toda sua agitação, raramente, culmina em memorável melodia. Mesmo peças introspectivas como “Ending Is Beginning” e “Miserere”, enquanto sugerem uma disposição enlevada, falha em realizar muitos momentos com o atual lirismo.

Outros guitarristas que causaram um impacto com seus projetos solo, como Pat Metheny e Bill Frisell, são compositores mais completos e mais dispostos para explorar o repertório rico de fontes exteriores (música tradicional estadunidense e popular). A escolha de Stevens para gravar apenas suas próprias músicas é autolimitante. “Pittsburgh” deve apelar para viciados em guitarristas e guitarra, mas será uma pequena nota de pé de página em sua discografia.

Faixas : Ambler; Purpose Of A Machine; Buckets; Can Am; Foreign Ghosts; Northern Touch; Cocoon; Ending Is Beginning; Blue Blues; Broke; Miserere.

Fonte: THOMAS CONRAD (JazzTimes)

 

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