Michael Feinberg maneja o conceito de lugar em “From Where
We Came”, onde os originais do baixista tomam seus títulos a partir dos nomes
das cidades que fomentou talentos inovadores, um artifício que sugere mais do que
uma passagem interessante nas condições formativas, gerando magnificência.
Feinberg inicia o álbum com um solo de baixo desacompanhado,
uma configuração provocativa para a explosiva entrada do seu quinteto em
“Louisville”. Em honra do boxeador campeão, nascido em Kentucky, Muhammad Ali, a
cabeça da melodia dá ao saxofonista Dave Liebman—um peso pesado em seu próprio
jeito— espaço para escalar o céu no soprano, enquanto Noah Preminger atua no
tenor. O toque aventuroso dos saxofonistas empresta a quantidade certa de
efeverscência do som robusto do grupo, ao longo da gravação, a seção rítmica—que
também inclui o pianista Gary Versace e o baterista Ian Froman—conduz a amplitude
da banda. A sofisticação do baterista com um balanço sereno bop anima “Pontiac”
como o baterista Elvin Jones; o rápido Versace, os solos intervalares brilham
em “Cairo” para a legenda do beisebol Jackie Robinson e a delicadeza vivaz da
melodia de Liebman e Preminger de “East St. Louis” para o nativo de Illinois,
Miles Davis. Nem todas as músicas são locomotivas, entretanto. Sentimento, mais
que energia, revigora a lânguida “Tryon”, uma homenagem à cantora Nina Simone, e
um lento suíngue fundamenta o tributo a John Coltrane, “Hamlet”.
O álbum encerra com “Nogales”, uma faixa saltitante e animada
inspirada em Charles Mingus. Na introdução, sem baixo, você pode ouvir Feinberg,
perfeitamente, inclinando-se em cada curva do solo. Tal destreza sugere
Atlanta, a cidade natal de Feinberg, que é um bom lugar de origem.
Faixas:
Louisville; Cairo; Tryon; Pontiac; Hamlet; East St. Louis; Tokyo; Nogales.
(56:40)
Músicos:
Michael Feinberg, baixo; Dave Liebman, saxofone soprano; Noah Preminger, saxofone
tenor; Gary Versace, piano; Ian Froman, bateria.
Fonte:
Suzanne Lorge (DownBeat)
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