É “Idiom”, da compositora, saxofonista e flautista Anna
Webber, uma nova música clássica ou jazz? Sim. É música arranjada ou improvisada?
Outra vez, sim. Última questão: É exigente ou fácil para os ouvidos? Ambos. No rastro
dos dois lançamentos estelares, a do hepteto “Clockwise (Pi Recordings, 2019” e
a gravação de “Both Are True (Greenleaf Music, 2020) ” da Webber/Morris Big
Band, na qual Webber foi contratada para apresentar “Idiom VI” na série John Zorn's Stone. Ela expandiu o
material a partir de uma faixa ouvida em “Clockwise” para sua banda com 12
componentes, com a ideia de desenvolver cada peça baseada em técnica ampliada a
partir do seu saxofone ou flautas. Os improvisadores do jazz aplicaram e
desenvolveram novos sons a partir de multifônicos e dedilhados alternativos, respiração,
estouros e notas altissonantes. Nas reverenciadas salas de educação, estes sons
devem angariar seu grau de notas baixas, porém, nas mãos de Webber, todas vêm a
ser melodiosas.
Gravado pelos 12 componentes da sua orquestra, "Idiom
VI" viaja através de seis movimentos, inclusos quatro interlúdios. Sob a
condução de Eric Wubbels, a orquestra navega em algumas passagens complexas da
nova música, ponteada com sonoridades intermitentes e passagens improvisadas. A
firmeza de "Movement I" é marcada a golpes de som sobre redemoinhos
de ninhos de abelhas, antes de pesados passos de uma linha do baixo colidir com
o sintetizador de Liz Kosack. Webber gosta de emparelhar a precisão com o
imprevisível; "Interlude 2 and Movement III" pinta um panorama
tranquilo antes de uma marcha progressiva ser entrelaçada com o clarinete de
Yuma Uesaka e o cello de Mariel Roberts. Webber mistura o drama cinemático de
"Movement IV" com passagens reflexivas de "Interlude 3 &
Movement V" e o serviço de zumbido de "Interlude 4 & Movement
VI". A orquestra impulsiona nova música clássica através da improvisação,
e improvisações dentro de uma música de câmara.
O idioma musical de Webber é também interpretado pelo seu Simple Trio, que inclui o pianista Matt
Mitchell e o baterista John Hollenbeck. Este antigo trio lançou “Binary (Skirl
Records, 2016) ” e deve ser o grupo mais ajustado em atividade atualmente.
Mitchell e Hollenbeck compartilham a predileção de Webber pelo mecanizado. Em
outras palavras, eles produzem repetitivos sons como máquina em "Idiom
I", que repetem com variações de minuto, que incrementa a complexidade até,
bem, as rodas caírem. "Idiom V" e "Idiom III" jogam com uma
pulsação começa/para com passos variados. "III" é, finalmente, levado
a peculiar fervura, enquanto "V" representa os trabalhos íntimos de engenhocas
retrofuturistas. A tranquilidade com a qual o Simple Trio trabalha através da complexidade das composições de Webber
é distinta e completamente extraordinária.
Faixas: CD1:
Idiom I; Idiom IV; Forgotten Best; Idiom V; Idiom III; CD2: Idiom VI: Movement
I; Interlude 1; Movement II; Interlude 2 and Movement III; Movement IV;
Interlude 3 & Movement V; Interlude 4 & Movement VI.
Músicos: Anna
Webber: saxofone tenor; Matt Mitchell: piano; John Hollenbeck: arranjador;
Nathaniel Morgan: saxofone alto; Yuma Uesaka: saxofone tenor; Adam O'Farrill:
trompete; Jacob Garchik: trombone; David Byrd-Marrow: french horn; Erica
Dicker: violino; Joanna Mattrey: viola; Mariel Roberts: cello; Liz Kosack: sintetizador;
Nick Dunston: baixo; Satoshi Takeishi: bateria; Eric Wubbels: compositor/maestro.
Nota: Este álbum foi considerado,
pela JazzTimes, como um dos 40 melhores lançados em 2021.
Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)
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