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domingo, 30 de janeiro de 2022

ANNA WEBBER – IDIOM (Pi Recordings)

É “Idiom”, da compositora, saxofonista e flautista Anna Webber, uma nova música clássica ou jazz? Sim. É música arranjada ou improvisada? Outra vez, sim. Última questão: É exigente ou fácil para os ouvidos? Ambos. No rastro dos dois lançamentos estelares, a do hepteto “Clockwise (Pi Recordings, 2019” e a gravação de “Both Are True (Greenleaf Music, 2020) ” da Webber/Morris Big Band, na qual Webber foi contratada para apresentar “Idiom VI” na série John Zorn's Stone. Ela expandiu o material a partir de uma faixa ouvida em “Clockwise” para sua banda com 12 componentes, com a ideia de desenvolver cada peça baseada em técnica ampliada a partir do seu saxofone ou flautas. Os improvisadores do jazz aplicaram e desenvolveram novos sons a partir de multifônicos e dedilhados alternativos, respiração, estouros e notas altissonantes. Nas reverenciadas salas de educação, estes sons devem angariar seu grau de notas baixas, porém, nas mãos de Webber, todas vêm a ser melodiosas.

Gravado pelos 12 componentes da sua orquestra, "Idiom VI" viaja através de seis movimentos, inclusos quatro interlúdios. Sob a condução de Eric Wubbels, a orquestra navega em algumas passagens complexas da nova música, ponteada com sonoridades intermitentes e passagens improvisadas. A firmeza de "Movement I" é marcada a golpes de som sobre redemoinhos de ninhos de abelhas, antes de pesados passos de uma linha do baixo colidir com o sintetizador de Liz Kosack. Webber gosta de emparelhar a precisão com o imprevisível; "Interlude 2 and Movement III" pinta um panorama tranquilo antes de uma marcha progressiva ser entrelaçada com o clarinete de Yuma Uesaka e o cello de Mariel Roberts. Webber mistura o drama cinemático de "Movement IV" com passagens reflexivas de "Interlude 3 & Movement V" e o serviço de zumbido de "Interlude 4 & Movement VI". A orquestra impulsiona nova música clássica através da improvisação, e improvisações dentro de uma música de câmara.

O idioma musical de Webber é também interpretado pelo seu Simple Trio, que inclui o pianista Matt Mitchell e o baterista John Hollenbeck. Este antigo trio lançou “Binary (Skirl Records, 2016) ” e deve ser o grupo mais ajustado em atividade atualmente. Mitchell e Hollenbeck compartilham a predileção de Webber pelo mecanizado. Em outras palavras, eles produzem repetitivos sons como máquina em "Idiom I", que repetem com variações de minuto, que incrementa a complexidade até, bem, as rodas caírem. "Idiom V" e "Idiom III" jogam com uma pulsação começa/para com passos variados. "III" é, finalmente, levado a peculiar fervura, enquanto "V" representa os trabalhos íntimos de engenhocas retrofuturistas. A tranquilidade com a qual o Simple Trio trabalha através da complexidade das composições de Webber é distinta e completamente extraordinária.

Faixas: CD1: Idiom I; Idiom IV; Forgotten Best; Idiom V; Idiom III; CD2: Idiom VI: Movement I; Interlude 1; Movement II; Interlude 2 and Movement III; Movement IV; Interlude 3 & Movement V; Interlude 4 & Movement VI.

Músicos: Anna Webber: saxofone tenor; Matt Mitchell: piano; John Hollenbeck: arranjador; Nathaniel Morgan: saxofone alto; Yuma Uesaka: saxofone tenor; Adam O'Farrill: trompete; Jacob Garchik: trombone; David Byrd-Marrow: french horn; Erica Dicker: violino; Joanna Mattrey: viola; Mariel Roberts: cello; Liz Kosack: sintetizador; Nick Dunston: baixo; Satoshi Takeishi: bateria; Eric Wubbels: compositor/maestro.

Nota: Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, como um dos 40 melhores lançados em 2021.

Fonte: Mark Corroto (AllAboutJazz)

 

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