“Transformation” é um trabalho multidisciplinar do saxofonista/compositor
Ted Nash, e da icônica atriz Glenn Close, explorando o multifacetado e abstrato
tema da transformação. Os trabalhos incluem o exame do tema a partir das
concepções universal e individual. Música e literatura, em seu melhor, são
claramente transformadores para a qualquer um que a experimente. “Transformation”
é, por essência, a expressão mais alta e mais iluminadora de mudança. Nash abraçou
o projeto, criando uma coleção de peças coloridas e ilustrativas, abrangendo
seleções com curadoria de Close, recitadas intensamente por talentoso elenco
formado por Wayne Brady, Amy Irving, Mathew Stevenson e o filho de Nash, Eli
Nash. Ao fazê-lo, ele tem utilizado, brilhantemente, o campo completo de sons e
cores da Jazz at Lincoln Center Orchestra.
A atração e motivação de Close para pesquisar a ideia da
transformação cresceu a partir da sua observação coletiva sobre a psiquê humana
dos tempos correntes. Ela explica, "Eu estou extremamente cônscia da
quantidade de violência, cinismo, stress e ansiedade sendo bombeada para nosso
sistema nervoso coletivo. Nós estamos, assim, fraturados e necessitando de
cicatrização. Eu quero criar uma experiência a partir da qual as pessoas estejam
confortáveis, mas também inspiradas, para descobrir sua humanidade
compartilhada".
A abertura de duas peças conectadas, "Creation Parts 1
and 2", é a tomada em transformação muito no início da criação da matéria
e do nosso mundo. Próxima escolha, "Tales From Ovid" de Ted Hughes para
iluminar a concepção, recitada por Close e Brady. A estrutura musical de Nash
para a peça é belamente acentuada pelo saxofonista alto, Sherman Irby, e pelo
trompetista Wynton Marsalis. "One Among Many" passa o foco a partir
do primordial, para o individual, contando a estória de transformação de Judith
Clark da sua vida na prisão para a liberdade em Nova York. A recitação de Amy
Irving traz esta estória excitante com uma emotiva clareza. Wayne Brady recita seu próprio texto em "A
Piece By the Angriest Black Man in America (or How I Learned to Forgive Myself
for Being a Black Man in America". Iniciando com um dedo, ressaltando
o ritmo, Brady narra sua experiência muito pessoal como um negro na América
moderna, com seu bem conhecido humor, a sagacidade extravagante e inteligência.
"Dear Dad/Letter" e "Dear Dad/Response" é
a narração da carta de despedida do filho transexual de Nash, Eli, e uma resposta
amorosa e de apoio do pai. Recitada com equilíbrio e humor pelo próprio Eli, as
peças são belamente virtuosas e demonstrativas do melhor do espírito humano.
Nash apresenta uma amorosa resposta do pai com sua composição, porém mais importantemente,
tocando a resposta instrumentalmente no saxofone soprano que é uma narrativa
gráfica e compreensível como uma performance de recitação poderia ser. A
transformação pessoal do seu filho ilumina poderosos caminhos, que estabeleceu
a inspiração para todos os trabalhos habilmente criados e interpretados neste
projeto. As composições de Nash são coloridas e imagéticas, e razões
suficientes para um ouvinte de “Transformation”. Seu jazz bem elaborado
orquestralmente é destacado por um fino trabalho individual dos membros da JAL,
Tatum Greenblatt, Obed Calvaire, Victor Goines, Carlos Henriquez e o acima
mencionado Nimmer, Irby e Marsalis. Como muitas gravações decorrentes deste
período da História circundando a pandemia mundial da Covid-19 , a gravação é
oferecida como uma expressão de formas
de transformação de sofrimento e desespero em esperança e luz.
Faixas : Creation,
Part I; Creation, Part II; Dear Dad/Letter; Dear Dad/Response; Prelude for
Memnon; One Among Many; Rising Out of Hatred; A Piece by the Angriest Black Man
in America; Forgiveness; Wisdom of the Humanities; Reaching the Tropopause.
Músicos : Ted
Nash: saxofone; Glenn Close: voz; Wayne Brady: voz; Amy Irving: voz; Matthew
Stevenson: voz; Wynton Marsalis: trompete; Obed Calvaire: bateria; Sherman
Irby: saxofone; Marc Phaneuf: saxofone barítono; Victor Goines: palhetas; Mark
Lopeman: saxofone tenor; Paul Nedzela: saxofone; Ryan Kisor: trompete; Tatum
Greenblatt: trompete; Marcus Printup: trompete; Vincent Gardner: trombone;
Elliot Mason: trombone; Christopher Crenshaw: trombone; Dan Nimmer: piano;
Carlos Henriquez: baixo, Eli Nash – fala.
Nota: Este álbum foi considerado,
pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 ½
estrelas.
Fonte: Paul Rauch (AllAboutJazz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário