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domingo, 23 de janeiro de 2022

GLENN CLOSE & TED NASH – TRANSFORMATION (Tiger Turn)

“Transformation” é um trabalho multidisciplinar do saxofonista/compositor Ted Nash, e da icônica atriz Glenn Close, explorando o multifacetado e abstrato tema da transformação. Os trabalhos incluem o exame do tema a partir das concepções universal e individual. Música e literatura, em seu melhor, são claramente transformadores para a qualquer um que a experimente. “Transformation” é, por essência, a expressão mais alta e mais iluminadora de mudança. Nash abraçou o projeto, criando uma coleção de peças coloridas e ilustrativas, abrangendo seleções com curadoria de Close, recitadas intensamente por talentoso elenco formado por Wayne Brady, Amy Irving, Mathew Stevenson e o filho de Nash, Eli Nash. Ao fazê-lo, ele tem utilizado, brilhantemente, o campo completo de sons e cores da Jazz at Lincoln Center Orchestra.

A atração e motivação de Close para pesquisar a ideia da transformação cresceu a partir da sua observação coletiva sobre a psiquê humana dos tempos correntes. Ela explica, "Eu estou extremamente cônscia da quantidade de violência, cinismo, stress e ansiedade sendo bombeada para nosso sistema nervoso coletivo. Nós estamos, assim, fraturados e necessitando de cicatrização. Eu quero criar uma experiência a partir da qual as pessoas estejam confortáveis, mas também inspiradas, para descobrir sua humanidade compartilhada".

A abertura de duas peças conectadas, "Creation Parts 1 and 2", é a tomada em transformação muito no início da criação da matéria e do nosso mundo. Próxima escolha, "Tales From Ovid" de Ted Hughes para iluminar a concepção, recitada por Close e Brady. A estrutura musical de Nash para a peça é belamente acentuada pelo saxofonista alto, Sherman Irby, e pelo trompetista Wynton Marsalis. "One Among Many" passa o foco a partir do primordial, para o individual, contando a estória de transformação de Judith Clark da sua vida na prisão para a liberdade em Nova York. A recitação de Amy Irving traz esta estória excitante com uma emotiva clareza. Wayne Brady recita seu próprio texto em "A Piece By the Angriest Black Man in America (or How I Learned to Forgive Myself for Being a Black Man in America". Iniciando com um dedo, ressaltando o ritmo, Brady narra sua experiência muito pessoal como um negro na América moderna, com seu bem conhecido humor, a sagacidade extravagante e inteligência.

"Dear Dad/Letter" e "Dear Dad/Response" é a narração da carta de despedida do filho transexual de Nash, Eli, e uma resposta amorosa e de apoio do pai. Recitada com equilíbrio e humor pelo próprio Eli, as peças são belamente virtuosas e demonstrativas do melhor do espírito humano. Nash apresenta uma amorosa resposta do pai com sua composição, porém mais importantemente, tocando a resposta instrumentalmente no saxofone soprano que é uma narrativa gráfica e compreensível como uma performance de recitação poderia ser. A transformação pessoal do seu filho ilumina poderosos caminhos, que estabeleceu a inspiração para todos os trabalhos habilmente criados e interpretados neste projeto. As composições de Nash são coloridas e imagéticas, e razões suficientes para um ouvinte de “Transformation”. Seu jazz bem elaborado orquestralmente é destacado por um fino trabalho individual dos membros da JAL, Tatum Greenblatt, Obed Calvaire, Victor Goines, Carlos Henriquez e o acima mencionado Nimmer, Irby e Marsalis. Como muitas gravações decorrentes deste período da História circundando a pandemia mundial da Covid-19 , a gravação é oferecida como uma expressão de  formas de transformação de sofrimento e desespero em esperança e luz.

Faixas : Creation, Part I; Creation, Part II; Dear Dad/Letter; Dear Dad/Response; Prelude for Memnon; One Among Many; Rising Out of Hatred; A Piece by the Angriest Black Man in America; Forgiveness; Wisdom of the Humanities; Reaching the Tropopause.

Músicos : Ted Nash: saxofone; Glenn Close: voz; Wayne Brady: voz; Amy Irving: voz; Matthew Stevenson: voz; Wynton Marsalis: trompete; Obed Calvaire: bateria; Sherman Irby: saxofone; Marc Phaneuf: saxofone barítono; Victor Goines: palhetas; Mark Lopeman: saxofone tenor; Paul Nedzela: saxofone; Ryan Kisor: trompete; Tatum Greenblatt: trompete; Marcus Printup: trompete; Vincent Gardner: trombone; Elliot Mason: trombone; Christopher Crenshaw: trombone; Dan Nimmer: piano; Carlos Henriquez: baixo, Eli Nash – fala.

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 ½ estrelas.

Fonte: Paul Rauch (AllAboutJazz)

 

 

 

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