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domingo, 2 de janeiro de 2022

NADJE NOORDHUIS – GULLFOSS (Little Mystery Records)

Há uma beleza emanando, além de qualquer categoria, do álbum “Gullfoss” da trompetista Nadje Noordhuis. Gravado ao vivo no Musig im Pflegidach na Suíça, inspirado nos esplendores da natureza em suas muitas formas, e exibindo o trabalho exuberante de uma banda incomparável, toca como um caloroso e convidativo refúgio para ouvidos e alma.

Registrando pinturas auriculares, adequar-se a maravilhas naturais não é uma tarefa fácil, mas Noordhuis e seus bem conhecidos companheiros de banda são mais do que desafiadores aqui. Solidários entre si, e conhecedores da sensibilidade requerida, estes músicos montam um grupo completamente compatível. Noordhuis, realizando mágica com o trompete e o flugelhorn, lança feitiços em pureza sonora. A harpista Maeve Gilchrist, o guitarrista Jesse Lewis e o baixista Ike Sturm trazem sugestões cintilantes com cordas e o multifacetado James Shipp, oferecendo saborosos brilhos atmosféricos com sintetizadores e apoio destacado com bateria e percussão, acentuando o âmago dos sentimentos no toque.

No caso da faixa título, que encerra o álbum, a voz metálica reverberante de Noordhuis é carregada ao lado da elegantemente rastejante propulsão, envolvida por incandescência ou cordas flutuantes. Emocionante como se desenvolve e absolutamente profundo conforme vai desvanecendo, consequentemente deixando a luz sozinha refletir sobre a natureza da água. As sete faixas que precedem a esta performance são igualmente cativantes. "Migration", casando uma gravidade livre à la estética da ECM com um charme new age, estabelece a entonação e cenário para a produção. "Indian Pacific", com a suavemente galopante harpa de Gilchrist, delineando os contornos em torno de Noordhuis, toca como uma fascinante jornada por uma ferrovia. "Waratah", tranquilamente empresta  configuração musical à arvore regional australiana do mesmo nome, e "Silverpoint" seduz com suas apresentações hipnotizantes e balançantes.

Quando “Gullfoss”, originalmente, viu o lançamento como parte de uma caixa de boutique para um selo de vinil, Newvelle Records, estas primeiras quatro performances, sequenciada para preencher o lado A da gravação, veio como uma óbvia e forçada pausa em seu final. Agora, com este lançamento digital ampliado, todas as coisas movem-se sem entraves, com as metades juntando-se limpamente como uma só. "Killarney", seguindo diretamente "Silverpoint", balança suaves novidades e balanços pesados. "Seven Miles" é interpretada como um poema elegante de esperanças e sonhos. "Laneway" oferece pensamentos embalados e concisão. E a mencionada faixa título guia o ouvinte a uma conclusão sombria e mágica.

Lançamentos de edições em vinil, mais caras, enquanto aquisição útil para devotados, tendem a viver em um estado de obscuridade. Assim, graças aos céus, este álbum pode, agora, encontrar uma audiência mais ampla além de um prato de toca-discos. Com a chegada da edição digital de “Gullfoss”, a jóia mais subestimada de 2019, obtém, agora, o status do álbum mais bonito a vir à tona em 2021.

Faixas : Migration; Indian Pacific; Waratah; Silver Point; Killarney; Seven Miles; Laneway; Gullfoss.

Músicos: Nadje Noordhuis: trompete; Maeve Gilchrist: harpa; Jesse Lewis: guitarra; Ike Sturm: baixo; James Shipp: percussão.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=F8trHka7ejk

Nota: Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, um dos 40 melhores lançados em 2021.

Fonte: DAN BILAWSKY (AllAboutJazz)

 

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