Há uma beleza emanando, além de qualquer categoria, do álbum
“Gullfoss” da trompetista Nadje Noordhuis. Gravado ao vivo no Musig im Pflegidach na Suíça, inspirado nos
esplendores da natureza em suas muitas formas, e exibindo o trabalho exuberante
de uma banda incomparável, toca como um caloroso e convidativo refúgio para
ouvidos e alma.
Registrando pinturas auriculares, adequar-se a maravilhas
naturais não é uma tarefa fácil, mas Noordhuis e seus bem conhecidos
companheiros de banda são mais do que desafiadores aqui. Solidários entre si, e
conhecedores da sensibilidade requerida, estes músicos montam um grupo
completamente compatível. Noordhuis, realizando mágica com o trompete e o
flugelhorn, lança feitiços em pureza sonora. A harpista Maeve Gilchrist, o guitarrista
Jesse Lewis e o baixista Ike Sturm trazem sugestões cintilantes com cordas e o
multifacetado James Shipp, oferecendo saborosos brilhos atmosféricos com
sintetizadores e apoio destacado com bateria e percussão, acentuando o âmago
dos sentimentos no toque.
No caso da faixa título, que encerra o álbum, a voz metálica
reverberante de Noordhuis é carregada ao lado da elegantemente rastejante propulsão,
envolvida por incandescência ou cordas flutuantes. Emocionante como se
desenvolve e absolutamente profundo conforme vai desvanecendo, consequentemente
deixando a luz sozinha refletir sobre a natureza da água. As sete faixas que
precedem a esta performance são igualmente cativantes. "Migration",
casando uma gravidade livre à la estética da ECM com um charme new age, estabelece a entonação e
cenário para a produção. "Indian Pacific", com a suavemente galopante
harpa de Gilchrist, delineando os contornos em torno de Noordhuis, toca como uma
fascinante jornada por uma ferrovia. "Waratah", tranquilamente
empresta configuração musical à arvore
regional australiana do mesmo nome, e "Silverpoint" seduz com suas
apresentações hipnotizantes e balançantes.
Quando “Gullfoss”, originalmente, viu o lançamento como
parte de uma caixa de boutique para um selo de vinil, Newvelle Records, estas primeiras quatro performances, sequenciada
para preencher o lado A da gravação, veio como uma óbvia e forçada pausa em seu
final. Agora, com este lançamento digital ampliado, todas as coisas movem-se sem
entraves, com as metades juntando-se limpamente como uma só. "Killarney",
seguindo diretamente "Silverpoint", balança suaves novidades e balanços
pesados. "Seven Miles" é interpretada como um poema elegante de
esperanças e sonhos. "Laneway" oferece pensamentos embalados e
concisão. E a mencionada faixa título guia o ouvinte a uma conclusão sombria e
mágica.
Lançamentos de edições em vinil, mais caras, enquanto
aquisição útil para devotados, tendem a viver em um estado de obscuridade. Assim,
graças aos céus, este álbum pode, agora, encontrar uma audiência mais ampla além
de um prato de toca-discos. Com a chegada da edição digital de “Gullfoss”, a
jóia mais subestimada de 2019, obtém, agora, o status do álbum mais bonito a
vir à tona em 2021.
Faixas : Migration;
Indian Pacific; Waratah; Silver Point; Killarney; Seven Miles; Laneway;
Gullfoss.
Músicos: Nadje Noordhuis: trompete; Maeve Gilchrist: harpa;
Jesse Lewis: guitarra; Ike Sturm: baixo; James Shipp: percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=F8trHka7ejk
Nota: Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, um dos 40 melhores lançados em 2021.
Fonte: DAN
BILAWSKY (AllAboutJazz)
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