Música para
cinema é uma abstração. Por si só, adorável ou excitante, dependendo da melodia
ou da condução, mas ainda uma abstração na pesquisa de um eu. Adquire
identidade, quando absorvida nas pinturas, diálogo e experiência humana. Isto
porque a música é tão vital na amplificação das paixões amorosas, suspense ou ação
que se acompanha na tela, e porque estes sentimentos podem ser recapturados com
tal precisão misteriosa pela audição apenas da música.
Vince
Mendoza, que uma vez mais aspirou uma composição para filme, pretende com “Freedom
Over Everything” expressar o desacordo dos anos Trump através de uma espécie de
lente de terceira via. Neste final, ele compôs um “Concerto For Orchestra” em
cinco movimentos descrevendo um arco narrativo. Eu não conhecia nada desta
minha audição inicial. Soa como uma boa orquestração para filme. O primeiro
movimento invoca uma aura de incerteza e tensão, então infla uma densidade
sinfônica trovejante. Cordas e metais interagem em formas cativantes, para as
quais eu subjetivamente ordeno minhas próprias imagens, baseadas largamente sobre
como se eu estivesse condicionado por partituras anteriores de filmes. A
participação especial do tenor de Josuha Redman tece suavemente através de “Meditations”
sem dominação. As orquestrações de Mendoza exibem um fino domínio sobre o
vocabulário emocional de verossimilhança musical e mise-en-scène, mas oferece pouco sentimento de jazz.
Imagine minha
surpresa quando eu li as anotações e aprendi a narrativa, que eu tinha
imaginado. Eu tinha, completamente, mal interpretado seu intento do arco da
história. Eu falhei como ouvinte? Não. Esta música está enraizada em sua
realidade, não na minha. Isto tomará tempo. Por enquanto, desfrute.
Faixas: American Noise; Concerto For
Orchestra–Consolation; Concerto For Orchestra–Hit The Streets; Concerto For
Orchestra–Meditation; Justice And The Blues; Freedom Over Everything 2;
Concerto For Orchestra–Finale; To The Edge Of Longing; New York Stories;
Freedom–Single Master. (58:52)
Músicos: Czech National Symphony Orchestra; Jan
Hasenohrl, trompete solo (9); Joshua Redman (4), saxofone tenor; Derrick Hodge
(6, 10), baixo; Antonio Sánchez, bateria; Tariq Trotter (conhecido como Black
Thought) (6, 10), Julia Bullkock (8), vocal.
Nota: Este álbum foi considerado,
pela JazzTimes, um dos 40 melhores lançados em 2021
Fonte: John McDonough (DownBeat)
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