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sábado, 1 de janeiro de 2022

VINCE MENDOZA - FREEDOM OVER EVERYTHING (BMG Modern Recordings)

Música para cinema é uma abstração. Por si só, adorável ou excitante, dependendo da melodia ou da condução, mas ainda uma abstração na pesquisa de um eu. Adquire identidade, quando absorvida nas pinturas, diálogo e experiência humana. Isto porque a música é tão vital na amplificação das paixões amorosas, suspense ou ação que se acompanha na tela, e porque estes sentimentos podem ser recapturados com tal precisão misteriosa pela audição apenas da música.

Vince Mendoza, que uma vez mais aspirou uma composição para filme, pretende com “Freedom Over Everything” expressar o desacordo dos anos Trump através de uma espécie de lente de terceira via. Neste final, ele compôs um “Concerto For Orchestra” em cinco movimentos descrevendo um arco narrativo. Eu não conhecia nada desta minha audição inicial. Soa como uma boa orquestração para filme. O primeiro movimento invoca uma aura de incerteza e tensão, então infla uma densidade sinfônica trovejante. Cordas e metais interagem em formas cativantes, para as quais eu subjetivamente ordeno minhas próprias imagens, baseadas largamente sobre como se eu estivesse condicionado por partituras anteriores de filmes. A participação especial do tenor de Josuha Redman tece suavemente através de “Meditations” sem dominação. As orquestrações de Mendoza exibem um fino domínio sobre o vocabulário emocional de verossimilhança musical e mise-en-scène, mas oferece pouco sentimento de jazz.

Imagine minha surpresa quando eu li as anotações e aprendi a narrativa, que eu tinha imaginado. Eu tinha, completamente, mal interpretado seu intento do arco da história. Eu falhei como ouvinte? Não. Esta música está enraizada em sua realidade, não na minha. Isto tomará tempo. Por enquanto, desfrute.

Faixas: American Noise; Concerto For Orchestra–Consolation; Concerto For Orchestra–Hit The Streets; Concerto For Orchestra–Meditation; Justice And The Blues; Freedom Over Everything 2; Concerto For Orchestra–Finale; To The Edge Of Longing; New York Stories; Freedom–Single Master. (58:52)

Músicos: Czech National Symphony Orchestra; Jan Hasenohrl, trompete solo (9); Joshua Redman (4), saxofone tenor; Derrick Hodge (6, 10), baixo; Antonio Sánchez, bateria; Tariq Trotter (conhecido como Black Thought) (6, 10), Julia Bullkock (8), vocal.

Nota: Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, um dos 40 melhores lançados em 2021

Fonte: John McDonough (DownBeat)  

 

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