“Irreversible Entanglements” é uma espécie de banda que dá a
poesia-e-jazz um bom nome. O terceiro álbum completo do coletivo Philadelphia/NY/DC liderado pela poetisa
Camae Ayewa, conhecida como Moor Mother, ara os mesmos ricos sulcos com antes: balanço
amigavelmente semi-free jazz, que
disseca a diáspora da História Negra estabelece as possibilidades futuras.
A linhagem da banda remonta a lançamentos marcantes como “New
York Art Quartet & Imamu Amiri Baraka (ESP, 1965) e “Jayne Cortez's
Celebrations And Solitudes (Strata-East, 1974) —jazz e álbuns com recitação que,
vergonhosamente para a América, passaram cinqüenta anos atrás endereçando,
essencialmente, as mesmas questões como “Open The Gates” faz em 2021-22.
O que distingue o trabalho em “Irreversible Entanglements”
vem de algo de seus predecessores, embora, mais seguramente, não de Jayne
Cortez, é a qualidade da poesia. Embora, alguns observadores aplicaram a
descrição de agit-jazz para o grupo, o
termo bem-intencionado, atualmente, comete uma injustiça. Agit-jazz suggests the sort of simplistic
sloganeering which one might find on placards and subway walls, and which
becomes increasingly banal with every iteration. Ayewa's poetry can also be
traced back to subway walls, the ones on which hipsters and beats wrote
"Bird lives" in the weeks and months following Charlie Parker's
passing in 1955. But like that defiant epigram, Ayewa's words are true poetry,
not sloganeering, and their message, though crystal clear, encourages an
imaginative rather than a Pavlovian response. That is why poetry endures and
sloganeering does not, and why Irreversible Entanglements' work resonates.
A estética de “Irreversible Entanglements” tem outras coisas
indo para ela, igualmente, iniciando com a natureza encantatória da música, que,
às vezes, aproxima isto das formas das emoções do Maghrebi (Isto é alcançado? Tem
algo fazer com o nome Moor Mother?). O quarteto sem piano que trabalha com com Ayewa—e
a quem é dado uma plenitude de espaço puramente instrumental nos setenta e três
minutos do álbum—tem no saxofonista Keir Neuringer, no trompetista Aquiles
Navarro, no baixista Luke Stewart e no baterista Tcheser Holmes não apenas
fortes coloristas e solistas, mas, quatro anos após seu primeiro lançamento, uma
unidade firmemente ligada. Se qualquer músico pode ser chamado o fulcro do grupo,
é Stewart, cujo intenso fundamento sonoro, às vezes, se assemelha a uma seção
inteira de gimbri (NT: é um alaúde de
baixo com pele de três cordas depenado usado pelo povo Gnawa. Tem
aproximadamente o tamanho de uma guitarra, com o corpo esculpido em um tronco e
coberto na parte lateral com pele de camelo) em uma banda gnawa nas montanhas Atlas. As
declamações e vocais dão visibilidade aos instrumentos de sopro, entretanto, às
vezes, sugere que a seção rhaita (NT: é um instrumento de palheta dupla do Norte da
África. Sua construção é quase idêntica ao mizmar árabe e ao zurna turco.O nome
distinto deve-se a uma influência gótico-ibérica medieval) do Master
Musicians of Joujouka in the Rif
Mountains. O lançamento de feitiços musicais não obtém mais vigor que este.
Há, também, um pouco de positividade ao redor. Enquanto a mensagem é algo Negra,
não é excludente para um ouvinte, que não seja Negro.
Neste período, a banda adicionou sintetizadores e eletrônica
à receita, mas estes são usados moderadamente e o som permanece essencialmente
acústico, vivo e atual. Notavelmente, “Open The Gates” foi gravado, belamente, em
apenas um dia em Janeiro de 2021, embora a mixagem tenha sido mais
descontraidamente. O resultado é uma performance ao vivo, que é incrementada
por uma a live performance empática pós-produção. É um fogo de artifício, por certo.
Faixas: Open
The Gates; Keys To Creation; Lagrimas Del Mar; Storm Came Twice; Water
Meditation; The Six Sounds; The Port Remembers.
Músicos: Camae Ayewa: voz / vocais, sintetizador; Keir Neuringer:
saxofone, sintetizador, percussão; Aquiles Navarro: trompete, sintetizador;
Luke Stewart: baixo, guitarra baixo; Tcheser Holmes: bateria, percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=3PSTDMLC2oY
Nota: Este álbum foi considerado,
pela JazzTimes, um dos 40 melhores lançados em 2021.
Fonte: Chris May (AllAboutJazz)
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