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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

IRREVESIBLE ENTANGLEMENTS - OPEN THE GATES (International Anthem Recording Company / Don Giovanni)

“Irreversible Entanglements” é uma espécie de banda que dá a poesia-e-jazz um bom nome. O terceiro álbum completo do coletivo Philadelphia/NY/DC liderado pela poetisa Camae Ayewa, conhecida como Moor Mother, ara os mesmos ricos sulcos com antes: balanço amigavelmente semi-free jazz, que disseca a diáspora da História Negra estabelece as possibilidades futuras.

A linhagem da banda remonta a lançamentos marcantes como “New York Art Quartet & Imamu Amiri Baraka (ESP, 1965) e “Jayne Cortez's Celebrations And Solitudes (Strata-East, 1974) —jazz e álbuns com recitação que, vergonhosamente para a América, passaram cinqüenta anos atrás endereçando, essencialmente, as mesmas questões como “Open The Gates” faz em 2021-22.

O que distingue o trabalho em “Irreversible Entanglements” vem de algo de seus predecessores, embora, mais seguramente, não de Jayne Cortez, é a qualidade da poesia. Embora, alguns observadores aplicaram a descrição de agit-jazz para o grupo, o termo bem-intencionado, atualmente, comete uma injustiça. Agit-jazz suggests the sort of simplistic sloganeering which one might find on placards and subway walls, and which becomes increasingly banal with every iteration. Ayewa's poetry can also be traced back to subway walls, the ones on which hipsters and beats wrote "Bird lives" in the weeks and months following Charlie Parker's passing in 1955. But like that defiant epigram, Ayewa's words are true poetry, not sloganeering, and their message, though crystal clear, encourages an imaginative rather than a Pavlovian response. That is why poetry endures and sloganeering does not, and why Irreversible Entanglements' work resonates.

A estética de “Irreversible Entanglements” tem outras coisas indo para ela, igualmente, iniciando com a natureza encantatória da música, que, às vezes, aproxima isto das formas das emoções do Maghrebi (Isto é alcançado? Tem algo fazer com o nome Moor Mother?). O quarteto sem piano que trabalha com com Ayewa—e a quem é dado uma plenitude de espaço puramente instrumental nos setenta e três minutos do álbum—tem no saxofonista Keir Neuringer, no trompetista Aquiles Navarro, no baixista Luke Stewart e no baterista Tcheser Holmes não apenas fortes coloristas e solistas, mas, quatro anos após seu primeiro lançamento, uma unidade firmemente ligada. Se qualquer músico pode ser chamado o fulcro do grupo, é Stewart, cujo intenso fundamento sonoro, às vezes, se assemelha a uma seção inteira de gimbri (NT: é um alaúde de baixo com pele de três cordas depenado usado pelo povo Gnawa. Tem aproximadamente o tamanho de uma guitarra, com o corpo esculpido em um tronco e coberto na parte lateral com pele de camelo) em uma banda gnawa nas montanhas Atlas. As declamações e vocais dão visibilidade aos instrumentos de sopro, entretanto, às vezes, sugere que a seção rhaita (NT: é um instrumento de palheta dupla do Norte da África. Sua construção é quase idêntica ao mizmar árabe e ao zurna turco.O nome distinto deve-se a uma influência gótico-ibérica medieval) do Master Musicians of Joujouka in the Rif Mountains. O lançamento de feitiços musicais não obtém mais vigor que este. Há, também, um pouco de positividade ao redor. Enquanto a mensagem é algo Negra, não é excludente para um ouvinte, que não seja Negro.

Neste período, a banda adicionou sintetizadores e eletrônica à receita, mas estes são usados moderadamente e o som permanece essencialmente acústico, vivo e atual. Notavelmente, “Open The Gates” foi gravado, belamente, em apenas um dia em Janeiro de 2021, embora a mixagem tenha sido mais descontraidamente. O resultado é uma performance ao vivo, que é incrementada por uma a live performance empática pós-produção. É um fogo de artifício, por certo.

Faixas: Open The Gates; Keys To Creation; Lagrimas Del Mar; Storm Came Twice; Water Meditation; The Six Sounds; The Port Remembers.

Músicos: Camae Ayewa: voz / vocais, sintetizador; Keir Neuringer: saxofone, sintetizador, percussão; Aquiles Navarro: trompete, sintetizador; Luke Stewart: baixo, guitarra baixo; Tcheser Holmes: bateria, percussão.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=3PSTDMLC2oY

Nota: Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, um dos 40 melhores lançados em 2021.

Fonte: Chris May (AllAboutJazz)
 

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