Este lançamento é o terceiro do saxofonista baseado em
Chicago, que, com 23 anos, transcendeu o domínio do prodígio. Não é sua idade
que choca. É o que ele está tocando. Isaiah Collier e sua banda, a Chosen Few, caminham através de diversos
momentos de transição na música, movendo-se de sua fundação no blues
diretamente para o hard-bop. O que nós conhecemos como avant-garde é uma
extensão do blues. Este álbum lida com o blues com cuidado. Ele está na
fundação, repetidamente, como um presente musical que é uma herança ancestral.
Plenamente na tradição, a música de Collie não é uma
imitação irrefletida. Embora, ele tenha gravado este álbum em 2020 no estúdio
Rudy Van Gelder, utilizando o mesmo equipamento que John Coltrane utilizou para
“A Love Supreme”, o movimento de Collier é para honrar a tradição e reanimá-la.
Esta não é uma tarefa fácil. É necessário estar preparado, algo que Collier,
claramente, entende.
É um álbum inspirado pela energia cósmica de Mercúrio em
retrocesso. A partir do desânimo, com um literal refinamento do alarme, até a
nota final que encontra Collier improvisando, forçando os limites do seu
saxofone soprano, “Cosmic Transitions” é como os momentos após um temporal da
tarde. O que Collier descreve como o processo de sobrevivência, de viver através
da matrix, é um som que participa dos distúrbios dos terrenos de nossa imaginação.
Em cima de cinco movimentos, a suíte pode ser ouvida como um simples manifesto:
O blues dá vida às baladas, que dá vida ao bebop, que são meramente modos de expressões.
Faixas:
Cosmic Transitions: I. Forgiveness; II. Humility; III. Understanding; IV. Truth
& Guidance; V. Mercury’s Retrograde. (56:28)
Músicos: IsaiahCollier, saxofones; Jeremiah King, baixo;
Michael Shekwoaga Ode, bateria; Mike King, piano.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=s_Fg4gjQWgk
Nota: Este álbum foi considerado,
pela DownBeat, um dos melhores lançamentos de 2021 com a nota máxima de 5
estrelas.
Fonte:
Joshua Myers (DownBeat)
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