playlist Music

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

JAZZ AT LINCOLN CENTER ORCHESTRA SEPTET WITH WYNTON MARSALIS – THE DEMOCRACY! SUITE (Blue Engine Records)

Há um interesse geracional que divide a percepção quando chega a música de Wynton Marsalis. Enquanto muitos saúdam seu trabalho na Lincoln Center como um jazz elevado para seu lugar legítimo nas belas artes, outros lamentam a separação do seu icônico trabalho quarteto e o quinteto como alguma espécie de traição dos anos 1980.

O que é inquestionável é seu virtuosismo e eloquência, expressando cada nota com beleza com clara prioridade para seu toque como trompetista, e seu papel como líder. De certa forma, seu trabalho com a Jazz at Lincoln Center Orchestra completa, e o hepteto incluso, providencia sua musical força no púlpito do qual fala, dinamicamente, a linguagem do jazz para os ouvidos, que seria de outra forma ouvido em outra parte. Ele tem continuamente nos lembrado da força da unidade, da beleza e poder de contribuições de divergências culturais para a estrutura da vida estadunidense, expressada através de sua mais original forma de arte. Com o último lançamento digital do seu hepteto, “The Democracy! Suite”, Marsalis oferece oito composições que objetiva expressar as realidades de nossa corrente situação global, a luta pela justiça social e racial, e o assalto da nossa democracia, que tem caracterizado o ano passado na América.

A abertura, "Be Present", é inspirada por aqueles trabalhadores na linha de frente durante a pandemia, se por escolha ou necessidade. Isto tão bem reconhece tudo que fortalece a justiça social no meio desta tragédia global. Como é geralmente o padrão do trabalho de Marsalis, o toque é sublime, mas há claramente um elemento emotivo no toque aqui, ao longo do álbum, que traz luz ao mais importante trabalho composicional de Marsalis em muito tempo. A música é atual, sacode a ferrugem do ano épico de 2020, e rapidamente carrega o futuro com uma coletânea de bem inspiradas vozes.

"Ballot Box Bounce" é uma animada e suingante ode para a premissa fundamental da democracia, o voto. Enquanto um partido trabalha duro para sair do voto, e outros clamam por fraude dos votantes, a peça salta alegremente a despeito das travessuras. Marsalis sublinha com esta peça, que a proibição criou mais bebedores, conforme esforços para cortar privilégios de eleitores para mais eleitores. Ted Nash adiciona um toque de melodia prazerosa na flauta, enquanto o baterista Obed Calvaire impulsiona a peça com suas hábeis vassourinhas. O baixista Carlos Henriquez trabalha lado a lado com Calvaire com elegante fluência, como é o caso de alto a baixo nestas oito músicas.

Se nós estamos experimentando, atualmente, uma mudança, ou apenas outro fracasso, a recuperação é examinada com uma peça inspirada por uma linha frequentemente usada para responder esta e várias questões. Pessoas mais velhas em nossa comunidade devem observar, "Eu lembro quando isto e aquilo aconteceu —e veio uma rodada de gin". A melodia elegante de Marsalis é expressa belamente pela linha de frente estelar— o saxofonista tenor Walter Blanding, o altoísta Ted Nash, o trombonista Elliot Mason, e claro, o próprio Marsalis. O pianista Dan Nimmer está no modo “herói não reconhecido” da gravação, na maior parte estabelecendo vozes estilísticas para incrementar o trabalho de seus companheiros de banda, oferecendo, ainda, deliciosos e dignos solos.

"That's When All Will See" apresenta Marsalis aprofundando suas raízes de New Orleans, falando como as tribos vêm juntas em tempo de tragédia, como foi o caso do 11 de setembro e do Katrina nos tempos modernos. A pandemia ilustra em termos amplos, que nós estamos profundamente conectados de várias formas. Nossas ações, claramente, impactam toda a humanidade.

Como o músico de jazz desenvolveu-se sobre séculos, há certas características que são comunicadas em rancor mesmo nas passagens musicais mais variáveis. Por exemplo, improvisação coletiva é empregada na música Dixieland, tão bem quanto o coletivismo modal do free jazz. Apenas como as instituições de nossa democracia resistiram aos testes do tempo através de gerações e passagens culturais, o jazz sempre ilustrou a luta do povo estadunidense e seu questionamento sobre a perfeita democracia em termos de justiça para todos. A mais verdadeira e original forma de arte estadunidense pode ser melhor expressa na condição dos Estados Unidos, neste caso, todas as coisas que nós como uma comunidade global experimentamos em 2020. Jazz é, e sempre tem sido, democracia em ação. Com “The Democracy! Suite” Marsalis e seu soberbo hepteto, apresenta um instântaneo emocionante disto.

Faixas: Be Present; Sloganize, Patronize, Realize, Revolutionize (Black Lives Matter); Ballot Box Bounce; That Dance That We Do; Deeper Than Dreams; Out Amongst the People (For J Bat); It Come 'Round 'Gin; Tjat's When All Will See.

Músicos: Jazz at Lincoln Center Orchestra com Wynton Marsalis: trompete; Walter Blanding: saxofone; Ted Nash: saxofone alto; Carlos Henriquez: baixo; Obed Calvaire: bateria; Dan Nimmer: piano; Elliot Mason: trombone.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=5wbUHNJY97Q

Fonte: Paul Rauch (AllAboutJazz)

 

 

Nenhum comentário: