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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

REMY LE BOEUF’S ASSEMBLY OF SHADOWS - ARCHITETURE OF STORMS (Soundspore)

“Architecture of Storms” é o segundo álbum de Remy Le Boeuf com um grande grupo. O primeiro, “Assembly of Shadows”, recebeu duas nominações ao Grammy em 2019. Não seria surpreendente se este lançamento recebesse mais reconhecimento. É também uma “grande” gravação: em ambição, escala e grau de dificiuldade.

Há 30 músicos na composição da banda. Le Boeuf necessita, então, de todos eles para criar seus intricados modelos de orquestra. A faixa de abertura, “Neener Neener”, estabelece o tom. É um anúncio impetuoso e dramático, um labirinto de uma melodia secundária que contrasta com a melodia principal e é tocada ao mesmo tempo, com acompanhamentos improvisados e chamadas e respostas. Peças que começam em relativa calma raramente permanece neste caminho. Eles fazem barulho, são rápidos e adornados. Há muitos movimentos das partes nos arranjos de Le Boeuf, e uma energia muito estridente, este efeito pode ser exagerado. Novamente o compositor está no topo dos detalhes. Todas as coisas ajustam-se em caleidoscópio.

Le Boeuf concede a si mesmo extenso espaço para solos. Suas improvisações no alto e no soprano são contrapartidas para seus arranjos: coloridos e contorcidos, em algum lugar entre frenético e irrequieto. É lamentável que os melhores solistas da banda, o saxofonista tenor Dayna Stephens e o trompetista Mike Rodriguez, tenham apenas uma oportunidade cada. “Face Value” tem um solo de Stephens que soa como arrancado dele. O som claro e estridente de Rodriguez responde ao tema hipnótico de “Minnesota, WI”, que está impecável (é a melhor música do álbum e a única reinterpretação, composta por Justin Vernon of Bon Iver, que é especialista em temas hipnóticos).

Há muito para admirar em “Architecture of Storms”. A orquestra pós-moderna de Le Boeuf, plena de instrumentistas capazes de executar, inteligentemente, uma música desafiante, soa como uma outra orquestra de jazz. Porém, Le Boeuf não compõe, ainda, melodias memoráveis, e seus arranjos, frequentemente, soam elaborados e timidamente inteligentes. Ele permanece um talento a observar.

Faixas

1.Strata 07:17

2.Honeymooners 08:12

3.I. Introduction 01:23

4.II. Assembly of Shadows 08:55

5.III. Shapeless Dancer 06:32

6.IV. Transfiguration 04:40

7.V. A Light Through the Leaves 05:47

 Músicos : Gregory Robbins (maestro); Instrumentos de Palheta : Remy Le Boeuf (Saxes Alto e Soprano, Flauta), Anna Webber (Flauta – fxs: 1 e 6), Ben Kono (Sax Tenor /Clarinete), Vito Chiavuzzo (Flauta, Sax Alto), John Lowery (Sax Tenor /Clarinete), Carl Maraghi (Sax Barítono / Clarinete);Trompetes: John Lake, Tony Glausi, Philip Dizack, Matt Holman;Trombones: Eric Miller, Natalie Cressman, Isaac Kaplan, Jennifer Wharton, Nick Depinna (adicionais overdubs [NT : É uma técnica utilizada na gravação de áudio, onde uma passagem tenha sido pré-gravada, e, em seguida, durante a reprodução, uma outra parte é gravada para ir junto com o original] ); Guitarra: Alex Goodman; Piano: Martha Kato; Baixo: Matt Aronoff; Bateria: Peter Kronreif : Percussão: James Shipp.

Nota: Este álbum foi considerado, pela JazzTimes, um dos 40 melhores lançados em 2021.

Fonte: THOMAS CONRAD (JazzTimes)

 

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