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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

SHEILA JORDAN - COMES LOVE : LOST SESSION 1960 (Capri)

Ainda que a reputação de Sheila Jordan não tenha sido marcante—aos 92, ela foi sempre venerada como a cantora das cantoras —o consenso geral é que sua melhor gravação é a sua primeira, o raro álbum vocal pela Blue Note, “Portrait of Sheila (1963) ”. Esta estreia deslumbrante estimula o apetite por “Comes Love”, uma recentemente coletânea descoberta com 11 standards gravadas em estúdio de Nova York mais de dois antes de “Portrait” (Jordan não tinha nenhuma lembrança da ocasião, ou mesmo os que a acompanharam naquele dia de Junho em 1960, embora ela estivesse atuando no Greenwich Village com artistas como Steve Swallow e Herbie Nichols à época).

A injustiça da comparação de “Comes Love” à sua clássica estreia fica clara pela única canção que têm em comum, “When the World Was Young”. A versão em “Portrait” beneficia-se da excelente guitarra de Barry Galbraith e da profundidade do comedimento delicado de Jordan, incrementado pelo superior som do estúdio Rudy Van Gelder. A interpretação em “Comes Love” é mais direta no passo e na entrega e deste modo menos evidente.

Assim, uma magia menos brilhante, sim, mas ainda inconfundivelmente Sheila Jordan. É francamente excitante ouvi-la encerrando sua jornada, e os picos que ela alcança aqui expõe sua precocidade prematura e autoconfiança. A canção título a encontra cotando e unindo frases como um poeta organiza estrofes, por voltas sarcásticas, entusiasmadas e simplesmente reveladoras do suíngue. A única canção na qual ela usa o scat é em “It Don’t Mean a Thing (If It Ain’t Got That Swing)” , despachado em 98 vertiginosos segundos. O encerramento “They Can’t Take That Away from Me” divertidamente mexe com o tempo e aterrissa melhor que a aguada e menos inspirada gravação de “I’ll Take Romance”.

Quanto ao material mais lento, alguém, melancolicamente, deseja ser abastecido pelos 30 anos na estrada em “I’m the Girl” ou “Ballad of the Sad Young Men”, mas sua marca dominante está aqui, vibrato controlado ainda que encantador. A transição do sinuoso para o suíngue em “Sleeping Bee” (durante muito tempo uma das suas favoritas) é soberbamente executada e , ao final, apresenta duas baladas, “These Foolish Things” e “Glad to Be Unhappy”, que são impregnadas com uma sabedoria bem além da perspectiva típica de 31 anos de idade. Conclusão: “Comes Love” não é uma curiosidade destinada apenas a colecionadores. É a revelação de Sheila Jordan em modo de sua autodescoberta.

Faixas : I'm the Girl; It Don't Mean a Thing If It Ain't Got That Swing; Ballad of the Sad Young Men; Comes Love; Don't Explain; Sleeping Bee; When the World Was Young; I'll Take Romance; These Foolish Things; Glad to Be Unhappy; They Can't Take That Away from Me.

Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)

 

 

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