Ainda que a reputação de Sheila Jordan não tenha sido
marcante—aos 92, ela foi sempre venerada como a cantora das cantoras —o
consenso geral é que sua melhor gravação é a sua primeira, o raro álbum vocal
pela Blue Note, “Portrait of Sheila (1963) ”. Esta estreia deslumbrante
estimula o apetite por “Comes Love”, uma recentemente coletânea descoberta com 11
standards gravadas em estúdio de Nova
York mais de dois antes de “Portrait” (Jordan não tinha nenhuma lembrança da
ocasião, ou mesmo os que a acompanharam naquele dia de Junho em 1960, embora
ela estivesse atuando no Greenwich
Village com artistas como Steve Swallow e Herbie Nichols à época).
A injustiça da comparação de “Comes Love” à sua clássica
estreia fica clara pela única canção que têm em comum, “When the World Was
Young”. A versão em “Portrait” beneficia-se da excelente guitarra de Barry
Galbraith e da profundidade do comedimento delicado de Jordan, incrementado
pelo superior som do estúdio Rudy Van
Gelder. A interpretação em “Comes Love” é mais direta no passo e na entrega
e deste modo menos evidente.
Assim, uma magia menos brilhante, sim, mas ainda
inconfundivelmente Sheila Jordan. É francamente excitante ouvi-la encerrando
sua jornada, e os picos que ela alcança aqui expõe sua precocidade prematura e
autoconfiança. A canção título a encontra cotando e unindo frases como um poeta
organiza estrofes, por voltas sarcásticas, entusiasmadas e simplesmente
reveladoras do suíngue. A única canção na qual ela usa o scat é em “It Don’t Mean a Thing (If It Ain’t Got That Swing)” , despachado
em 98 vertiginosos segundos. O encerramento “They Can’t Take That Away from Me”
divertidamente mexe com o tempo e aterrissa melhor que a aguada e menos
inspirada gravação de “I’ll Take Romance”.
Quanto ao material mais lento, alguém, melancolicamente,
deseja ser abastecido pelos 30 anos na estrada em “I’m the Girl” ou “Ballad of
the Sad Young Men”, mas sua marca dominante está aqui, vibrato controlado ainda
que encantador. A transição do sinuoso para o suíngue em “Sleeping Bee” (durante
muito tempo uma das suas favoritas) é soberbamente executada e , ao final, apresenta
duas baladas, “These Foolish Things” e “Glad to Be Unhappy”, que são impregnadas
com uma sabedoria bem além da perspectiva típica de 31 anos de idade. Conclusão:
“Comes Love” não é uma curiosidade destinada apenas a colecionadores. É a
revelação de Sheila Jordan em modo de sua autodescoberta.
Faixas : I'm
the Girl; It Don't Mean a Thing If It Ain't Got That Swing; Ballad of the Sad
Young Men; Comes Love; Don't Explain; Sleeping Bee; When the World Was Young;
I'll Take Romance; These Foolish Things; Glad to Be Unhappy; They Can't Take
That Away from Me.
Fonte: BRITT
ROBSON (JazzTimes)
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