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domingo, 13 de março de 2022

ARTURO O'FARRILL & THE AFRO-LATIN JAZZ ENSEMBLE - DREAMING IN LIONS (Blue Note Records)

 Música para dança vem em uma variedade de formas. Em uma extremidade do espectro estão abstratas paisagens sonoras compostas sem referência à coreografia com o qual eles compartilham o palco. Um exemplo sendo o trabalho de John Cage com o coreógrafo Merce Cunningham. No outro lado do espectro, está a música composta, porém em estreita colaboração com o coreógrafo. Um exemplo sendo o trabalho de Igor Stravinsky para os balés russos de Sergei Diaghilev, que alcançou o pico em 1910 com The Firebird, conjuntamente realizado por Stravinsky e o coreógrafo Michel Fokine (um triunfo colaborativo comparável é Leonard Bernstein e o coreógrafo Jerome Robbins, em 1957, no musical da Broadway, West Side Story).

“Dreaming In Lions”, do compositor e líder Arturo O'Farrill, foi composto em colaboração com Osnel Delgado, o coreógrafo, principal dançarino e diretor artístico da Malpaso Dance Company de Cuba, uma relativamente jovem companhia, especializando-se em moderna dança não folclórica em alta energia. O álbum, que é a estreia de O'Farrill pela Blue Note, inclui duas das quatro suítes que O'Farrill compôs para a Malpaso: as noves partes de "Dreaming In Lions", que toma seu nome a partir de uma imagem de "The Old Man And The Sea" de Ernest Hemingway e as cinco partes de "Despedida", uma palavra que em Cuba refere-se a partidas, usualmente tristes.

A banda de O'Farrill, Afro-Latin Jazz Ensemble, tem dez componentes, uma edição em escala menor da sua Afro-Latin Jazz Orchestra, que foi substituída na sessão final de "Dreaming In Lions" pelo pianista clássico de Alison Deane, esposa de O'Farrill. Este aprendeu sua arte com seu pai, Chico O'Farrill, e a tradição continua aqui com a presença na banda dos filhos de Arturo, o trompetista Adam O'Farrill e o baterista Zack O'Farrill.

Alguns coreógrafos são cuidadosos em relação à música tão digna de atenção, em seu próprio modo, que tem o potencial para eclipsar os passos dos bailarinos. Fokine e Robbins não têm tais preocupações como Stravinsky e Bernstein, tampouco parece, fez Delgado com O'Farrill, cujos arranjos não são tímidos em relação à pirotecnia completa. “Dreaming In Lions” está assegurada em composição e imaculada em execução, mas, dito isto, é, às vezes, fronteiriço ao genérico e nestes momentos provavelmente funciona melhor, quando ouvido no teatro, suportando a coreografia, que é, após tudo, a proposta para a qual foi escrita.

Faixas: Despedida: Del Mar; Intruso; Beauty Cocoon; Ensaya Silencio; La Llorona. Dreaming In Lions: Dreaming In Lions; Scalular; How I Love; The Deep; War Bird Man; Struggles And Strugglets; I Wish We Was; Blood In The Water; Dreams So Gold.

Músicos: Arturo O'Farrill: piano; Adam O'Farrill: trompete; Rafi Malkiel: trombone, euphonium; Alejandro Aviles: saxofone alto, flauta; Travis Reuter: guitarra; Rodriguez Platiau: baixo; Zack O'Farrill: bateria; Vince Cherico: bateria; Carlos Maldonado: percussão; Victor Pablo Garcia Gaetan: percussão; Alison Deane: piano (14).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assista ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=9y3vbjQqL88

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 ½ estrelas.

Fonte: Chris May (AllAboutJazz)

 

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