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sexta-feira, 11 de março de 2022

HIROMI - SILVER LINING SUITE (Concord Jazz)

Nunca em uma tomada segura, em uma rota familiar, a pianista Hiromi (Uehara) compôs um quinteto clássico para seu maravilhoso álbum novo. Isto para dizer que seus teclados se amalgama com o quarteto padrão de cordas (violinistas Tatsuo Nishie e Sohei Birmann, violista Meguna Naka, cellista Wataru Mukai) para tocar uma altamente melódica suíte em quatro partes com arranjos complexos, tão bem quanto as cinco faixas adicionais. O “clássico” em questão é o europeu, ainda que com amplos componentes de jazz.

Primeiro e mais notável, todas, menos uma das nove faixas do álbum, são intensamente percussivas e em staccato (A outra, “Uncertainty”, é um recital com solo suave). O efeito tende a ser menos Schumann e Brahms que, digamos, uma Penguin Café Orchestra ou o tema de Downton Abbey. Disto isto, há deliciosos momentos em reprodução de música de câmara: Uma terceira via através de “The Unknown”, o segundo movimento da suíte, onde Hiromi toca uma série de ascendentes acordes flutuantes, então possibilita o pizzicato dos violinos para galopar no recuo da escala conforme ela rabisca em torno dela com linhas de notas simples. Em “11:49 PM” as cordas vêm junto para delimitar um ato de sincopar, que preenche como uma segunda mão, como cronômetro, então, repentinamente, deixa Hiromi imitar um decisivo, ainda que discordante, repique.

Cada música (outra vez, excetuando “Uncertainty”) também deixa uma plenitude de campo para improvisações jazzísticas. Embora as cordas fossem ostensivamente escolhidas por sua flexibilidade com a linguagem do jazz, na prática, elas meramente acompanham a linguagem do jazz de Hiromi, que é formidável. Ela atua em jogos vertiginosos com o ritmo em “Isolation”, a abertura da suíte. Oferece uma refletidamente refutação à melancolia do tema de “Drifters” (o terceiro movimento) e transforma o anseio no título de “Someday” dentro de um passo impaciente.

Gravado durante a quarentena em Tokyo, “Silver Lining Suite” veio decorrente de circunstâncias singulares, que fazem sua música improvável para ingressar no regular repertório de Hiromi. Deveria, entretanto, ingressar em uma especial audição.

Faixas: Isolation; The Unknown; Drifters; Fortitude; Uncertainty; Someday; Jumpstart; 11:49 PM; Ribera del Duero.

Músicos : Hiromi: piano; Tatsuo Nishie: violino; Megan Naka: viola; Waturu Mukai: cello; Sohei Birmann: violino.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=HTQNk-ZH0_U

Fonte: MICHAEL J. WEST (JazzTimes)

 

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