Nunca em uma tomada segura, em uma rota familiar, a pianista
Hiromi (Uehara) compôs um quinteto clássico para seu maravilhoso álbum novo. Isto
para dizer que seus teclados se amalgama com o quarteto padrão de cordas
(violinistas Tatsuo Nishie e Sohei Birmann, violista Meguna Naka, cellista
Wataru Mukai) para tocar uma altamente melódica suíte em quatro partes com
arranjos complexos, tão bem quanto as cinco faixas adicionais. O “clássico” em
questão é o europeu, ainda que com amplos componentes de jazz.
Primeiro e mais notável, todas, menos uma das nove faixas do
álbum, são intensamente percussivas e em staccato (A outra, “Uncertainty”, é um
recital com solo suave). O efeito tende a ser menos Schumann e Brahms que, digamos,
uma Penguin Café Orchestra ou o tema
de Downton Abbey. Disto isto, há
deliciosos momentos em reprodução de música de câmara: Uma terceira via através
de “The Unknown”, o segundo movimento da suíte, onde Hiromi toca uma série de
ascendentes acordes flutuantes, então possibilita o pizzicato dos violinos para
galopar no recuo da escala conforme ela rabisca em torno dela com linhas de
notas simples. Em “11:49 PM” as cordas vêm junto para delimitar um ato de
sincopar, que preenche como uma segunda mão, como cronômetro, então,
repentinamente, deixa Hiromi imitar um decisivo, ainda que discordante, repique.
Cada música (outra vez, excetuando “Uncertainty”) também
deixa uma plenitude de campo para improvisações jazzísticas. Embora as cordas
fossem ostensivamente escolhidas por sua flexibilidade com a linguagem do jazz,
na prática, elas meramente acompanham a linguagem do jazz de Hiromi, que é
formidável. Ela atua em jogos vertiginosos com o ritmo em “Isolation”, a
abertura da suíte. Oferece uma refletidamente refutação à melancolia do tema de
“Drifters” (o terceiro movimento) e transforma o anseio no título de “Someday”
dentro de um passo impaciente.
Gravado durante a quarentena em Tokyo, “Silver Lining Suite”
veio decorrente de circunstâncias singulares, que fazem sua música improvável
para ingressar no regular repertório de Hiromi. Deveria, entretanto, ingressar
em uma especial audição.
Faixas: Isolation;
The Unknown; Drifters; Fortitude; Uncertainty; Someday; Jumpstart; 11:49 PM;
Ribera del Duero.
Músicos : Hiromi: piano; Tatsuo Nishie: violino; Megan Naka:
viola; Waturu Mukai: cello; Sohei Birmann: violino.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=HTQNk-ZH0_U
Fonte: MICHAEL
J. WEST (JazzTimes)
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