Durante sua longa e prolífica carreira de gravações, Ivo
Perelman gravou com um amplo número de brilhantes líderes da improvisação free. O pianista Matthew Shipp está no
topo da pilha, com cerca de doze aparições em conjunto; Joe Morris, Gerald
Cleaver, Whit Dickey, William Parker e muitos outros ajudam a compreender a
longa lista de associados que ele mantém desde os anos 1990. Porém, alguém seria
negligente por ignorar o ocasional, ainda importante, trabalho que ele tem
feito com instrumentistas de cordas. O violinista/violista Mat Maneri tem sido
um frequente parceiro como, para algo menos intenso, tem orquestras de cordas: em
1998 Perelman lançou “The Alexander Suite (Leo Records) ” com o C.T. String
Quartet (Dominic Duval, Tomas Ulrich, Ronald Lawrence, Jason Kao Hwang), e,
em 2012, ele atuou com Sirius Quartet para
“The Passion According to G.H. (Leo Records) ”. O treinamento musical de Perelman
envolveu, em seu início, o estudo da guitarra, tanto quanto o cello, viola,
violino e baixo, assim sua afinidade com todos os tipos de instrumentos de
cordas faz parte do seu DNA musical.
Tudo isso faz desta gravação com o Arcado String Trio um documento musical excitante. Uma banda que
lançou um punhado de gravações nos anos 1980 e 1990, iniciando com sua estreia
com um álbum autointitulado em 1989 (JMT Records), o violinista Mark Feldman, o
cellista Hank Roberts e o baixista Mark Dresser não tinham gravado juntos desde
“For Three Strings and Orchestra (JMT) ” de 1992, quando Ernst Reijseger foi
substituído por Roberts no último par de álbuns do grupo no meado dos anos 1990.
Feldman, Roberts e Dresser são todos excepcionais improvisadores, e unidos, uma
vez mais, realiza-se um vigoroso trabalho celebratório. Porém, a reunião com Perelman
é particularmente inspirada, dada o profundo reservatório de emoção e
sentimento do saxofonista, permitindo-lhe mesclar-se com a exuberância
apaixonada do Arcado Trio.
O grupo oferece quatro improvisações, com a primeira,
"Resonance 1", vindo em quase dezoito minuto. É um maravilhoso
intercâmbio de ideias com ampla evidência, que está tanto quanto sobre o que
vem do conceito de "Ivo Perelman with strings". Realmente, faz Perelman
fundir-se, completamente, com o trio, de tal forma que alguém pode facilmente
esquecer as óbvias diferenças no timbre e sonoridade, conforme os quatro instrumentos
dançam juntos no encontro de iguais. Como Perelman, Feldman é um instrumentista
emocionalmente volátil, e seus voos líricos se encaixam belamente, mas Roberts e
Dresser adicionam camadas profundas, especialmente através de suas superlativas
técnicas de arco, demonstrando o excelente efeito ao longo de "Resonance
1".
As peças remanescentes são substancialmente mais concentradas,
mas aos oito minutos dos nove de duração, eles, mesmo assim, oferecem abundantes
oportunidades para o grupo sutilmente se intercomunicar e um amplo espaço para
emergir, vigorosamente, a expressão. Há uma energia, especialmente, melancólica
pulsando através de "Resonance 2" catalizada pelos profundos mergulhos
de Dresser e linhas maníacas. Um dinamismo rítmico anima "Resonance
3" com um espírito de movimento impetuoso e potência visceral. E o
delicioso balanço do grupo encontra em "Resonance 4", um maravilhoso
modo de encerrar o álbum, com as linhas em pizzicato nas cordas estabelecendo
um passo vigoroso, que impulsiona Feldman e Perelman para arrebatar as alturas.
Uma fina conclusão para uma admirável festa de música improvisada.
Faixas: Resonance 1; Resonance 2; Resonance 3; Resonance 4.
Músicos: Ivo Perelman: saxofone tenor; Mark Feldman: violino;
Hank Roberts: cello; Mark Dresser: baixo acústico.
Fonte: Troy
Dostert (AllAboutJazz)
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