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sexta-feira, 18 de março de 2022

IVO PERELMAN WITH ARCADO STRING TRIO - DEEP RESONANCE (Fundacja Sluchaj)

Durante sua longa e prolífica carreira de gravações, Ivo Perelman gravou com um amplo número de brilhantes líderes da improvisação free. O pianista Matthew Shipp está no topo da pilha, com cerca de doze aparições em conjunto; Joe Morris, Gerald Cleaver, Whit Dickey, William Parker e muitos outros ajudam a compreender a longa lista de associados que ele mantém desde os anos 1990. Porém, alguém seria negligente por ignorar o ocasional, ainda importante, trabalho que ele tem feito com instrumentistas de cordas. O violinista/violista Mat Maneri tem sido um frequente parceiro como, para algo menos intenso, tem orquestras de cordas: em 1998 Perelman lançou “The Alexander Suite (Leo Records) ” com o C.T. String Quartet (Dominic Duval, Tomas Ulrich, Ronald Lawrence, Jason Kao Hwang), e, em 2012, ele atuou com Sirius Quartet para “The Passion According to G.H. (Leo Records) ”. O treinamento musical de Perelman envolveu, em seu início, o estudo da guitarra, tanto quanto o cello, viola, violino e baixo, assim sua afinidade com todos os tipos de instrumentos de cordas faz parte do seu DNA musical.

Tudo isso faz desta gravação com o Arcado String Trio um documento musical excitante. Uma banda que lançou um punhado de gravações nos anos 1980 e 1990, iniciando com sua estreia com um álbum autointitulado em 1989 (JMT Records), o violinista Mark Feldman, o cellista Hank Roberts e o baixista Mark Dresser não tinham gravado juntos desde “For Three Strings and Orchestra (JMT) ” de 1992, quando Ernst Reijseger foi substituído por Roberts no último par de álbuns do grupo no meado dos anos 1990. Feldman, Roberts e Dresser são todos excepcionais improvisadores, e unidos, uma vez mais, realiza-se um vigoroso trabalho celebratório. Porém, a reunião com Perelman é particularmente inspirada, dada o profundo reservatório de emoção e sentimento do saxofonista, permitindo-lhe mesclar-se com a exuberância apaixonada do Arcado Trio.

O grupo oferece quatro improvisações, com a primeira, "Resonance 1", vindo em quase dezoito minuto. É um maravilhoso intercâmbio de ideias com ampla evidência, que está tanto quanto sobre o que vem do conceito de "Ivo Perelman with strings". Realmente, faz Perelman fundir-se, completamente, com o trio, de tal forma que alguém pode facilmente esquecer as óbvias diferenças no timbre e sonoridade, conforme os quatro instrumentos dançam juntos no encontro de iguais. Como Perelman, Feldman é um instrumentista emocionalmente volátil, e seus voos líricos se encaixam belamente, mas Roberts e Dresser adicionam camadas profundas, especialmente através de suas superlativas técnicas de arco, demonstrando o excelente efeito ao longo de "Resonance 1".

As peças remanescentes são substancialmente mais concentradas, mas aos oito minutos dos nove de duração, eles, mesmo assim, oferecem abundantes oportunidades para o grupo sutilmente se intercomunicar e um amplo espaço para emergir, vigorosamente, a expressão. Há uma energia, especialmente, melancólica pulsando através de "Resonance 2" catalizada pelos profundos mergulhos de Dresser e linhas maníacas. Um dinamismo rítmico anima "Resonance 3" com um espírito de movimento impetuoso e potência visceral. E o delicioso balanço do grupo encontra em "Resonance 4", um maravilhoso modo de encerrar o álbum, com as linhas em pizzicato nas cordas estabelecendo um passo vigoroso, que impulsiona Feldman e Perelman para arrebatar as alturas. Uma fina conclusão para uma admirável festa de música improvisada.

Faixas: Resonance 1; Resonance 2; Resonance 3; Resonance 4.

Músicos: Ivo Perelman: saxofone tenor; Mark Feldman: violino; Hank Roberts: cello; Mark Dresser: baixo acústico.

Fonte: Troy Dostert (AllAboutJazz)

 

 

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