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segunda-feira, 28 de março de 2022

JON GORDON - STRANGER THAN FICTION (ArtistShare)

Quase exatamente um quarto de século atrás, Jon Gordon venceu o prestigioso Thelonious Monk International Jazz Saxophone Competition, conforme julgado pelo irrepreensível quinteto formado por Wayne Shorter, Jimmy Heath, Joe Lovano, Jackie McLean e Joshua Redman. Porém, “Stranger Than Fiction” é a última evidência que, embora ele seja um flexível altoísta percorrendo os moldes do seu mentor Phil Woods, Gordon empunha a pena mais memoravelmente que o instrumento.

O melhor destas 10 músicas para noneto é o mergulho na sofisticação e integridade de Shorter. Temas secundários são pressagiados, emergem completamente, e então desaparece com momento esperto e justaposição. Os três instrumentos de palhetas e dois metais na seção de sopros deslumbram com as cores evolucionárias mais que uma força condutora e mesmo seu poder suave veio a ser menos restrito. O contexto da composição dita os parâmetros.

Mais especificamente, “Dance” e “Bella” perambulam em um terreno extenso de entonações deslocadas e correntes subterrâneas rítmicas, tão variadas e ainda inexoráveis quanto suítes sem emendas. A abertura, “Pointillism”, inicia com notas díspares e desgarradas dos instrumentos de sopro, que incrementam a frequência e desintegram-se em um intercâmbio espirituoso e direto entre Gordon e o baterista Fabio Ragnelli antes de se aglutinar. Músicas com títulos diretos como “Counterpoint” e “Modality” exploram e interpolam estes conceitos em caminhos que recompensam repetidas audições.

Gordon escolhe não deixar a COVID impedir seu primeiro álbum com noneto desde “Evolution” em 2009, gravando “Stranger Than Fiction” em Winnipeg com um quinteto nuclear, consistindo majoritariamente de ex-estudantes da University of Manitoba, então adiciona antigos companheiros, tais como o trombonista/arranjador Alan Ferber, o clarinetista baixo John Ellis e o colega de faculdade, Derrick Gardner, no trompete, para uma gravação em casa. Seu incentivo pelo projeto foi sua antiga necessidade para estar “chamando”, o que ele denomina “o autoritarismo contraditório da realidade” nos Estados Unidos. Infelizmente, a natureza ascética de “Stranger Than Fiction” obscurece esta proposta. Seus múltiplos, mas majoritariamente breves solos, e aqueles do pianista convidado Orrin Evans e do guitarrista Jocelyn Gold durante “Bella” mais Gardner em “Modality” não choram realmente, e são facilmente subsumidas dentro de uma banda maior. O resultado é mais tenso e magnífico, mas nunca discordante.

Faixas: Pointillism; Havens; Stranger Than Fiction; Dance; Sunyasin; Counterpoint; Bella; Modality; Steps; Waking Dream.

Músicos: Jon Gordon: saxofone alto; Derrick Gardner: trompete; Reginald Lewis: saxofone; Tristan Martinuson: saxofone tenor; John Ellis: saxofone tenor; Annna Blackmore: clarinete baixo; Alan Ferber: trombone; Jocelyn Gould: guitarra; Larry Roy: guitarra; Will Bonness: piano; Orrin Evans: piano; Julian Bradford: baixo acústico; Fabio Ragnelli: bateria.

Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)

 

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