De vez em quando, as circustâncias em
torno de uma gravação são quase tão interessantes quanto o conteúdo. A exursão
de Darius Brubeck, em 2018, na Polonia durante o centenário da restauração da
independência do país, mas também, no aniversário do seu pai na pioneira
excursão, em 1958, do seu pai Dave, a primeira de um grupo ocidental atrás da
Cortina de Ferro. “Live In Poland” sente-se como um extenso dziekuje—ou “thank you – NT: obrigado” ,
o título da folclórica sexta faixa— ao povo polonês neste retorno. O calor da
recepção é evidente, a maioria obviamente na combinação de “Take Five”, mas
também a química palpável entre o grupo e a multidão no Blue Note em Poznań. Brubeck inicia “Earthrise” com giros vastos e
melodiosos no teclado, antes do tema principal suingante anunciar-se. Faz Dave
O’Higgins soar remotamente como Paul Desmond? Claro que não. Há muito mais Coltrane
em sua caracterização, mas ele tem a habilidade de fazer o tenor soar suave e
flexível. O simples deleite de “Matt The Cat” e de “Nomali” de Hugh Masekela livram
o trabalho de qualquer possível solenidade. Porém, os originais de Darius
Brubeck são o alimento do álbum, sua “Sea Of Troubles” é um glorioso solilóquio
como Hamlet em profundas intervenções sombrias do grupo.
Faixas:
Earthrise; In Your Own Sweet Way; Matt The Cat; Nomali; Sea Of Troubles;
Dziekuje; Take Five.
Músicos: Darius Brubeck, piano; Dave
O’Higgins, saxofone tenor; Matt Ridley, baixo; Wesley Gibbens, bateria.
Fonte: Brian
Morton (DownBeat)
Um comentário:
Meu encantamento é extasiante, ouvir Darius com sua assinatura reproduzir as músicas de seu pai e sua autorais me traz para o presente, numa união em êxtase com o passado
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