O novelista, nascido no Bronx, Jerome Charyn tem uma
linha, que deve ajudar aqui: “Stillborn ama notas que providenciam pequena
satisfação”. Carlos Henriquez, que se lançou em cena há meia década atrás, com
o The Bronx Pyramid, apresenta uma
completa carta de amor, uma espécie de pé nos degraus e clama sua paixão em
cima de você. Charyn viu seu Bronx como um local de “monstruosidades” e pequenos
arruaceiros. O novo Bronx é um local de encontro de tradição turbulenta e “progresso”
trágico e otimismo, e enquanto a história de Robert Moses e do Cross Bronx Expressway deve ser,
principalmente, um local de interesse, a música seja grande, uma palavra melhor
que o universal.
Ouvindo Henriquez nesta nova gravação, é difícil evitar a
comparação com Charles Mingus. O entrelaçamento sonoro em “Moses On The Cross”,
a apaixonada evocação da ativista “Mama Lorraine” Montenegro, cofundadora da United Bronx Parents, e de Cornell “Black Benji” Benjamin, que
tentou forjar a paz entre gangues no Bronx: Isto se funde em uma complexa
composição do distrito, um lugar vindo vivo na música e cantando suas pungentes
e provocadoras canções. Henriquez tem exibido seu alcance do idioma em seu
tributo Dizzy Con Clave, mas, aqui, ele
toma um passo além da homenagem e dentro de uma composição de grande
envergadura, como Mingus no alcance e na escassa energia contida, transbordando
com humor, que outro grande baixista, às vezes, escondeu muito longe da visão. Como
assevera na abertura, esta é música popular, humana e humanitária, equivocada
apenas no sentido de que todos nós estamos, nunca a mesma música duas vezes. Caminhe
nestas ruas com Henriquez e seu grupo. É uma viagem.
Faixas: The South
Bronx; Hydrants Love All; Boro Of Fire; Moses On The Cross; Mama Lorraine; Soy
Humano; Black (Benji); Guajeo de Papi; Fort Apache; Hip Hop Conclave. (62.00)
Músicos: Michael Rodriguez, Terell Stafford, trompete;
Marshall Gilkes, trombone; Melissa Aldana, saxofones; Jeremy Bosch, flauta,
vocal; Robert Rodriguez, piano; Carlos Henriquez, baixo; Obed Calvaire, bateria;
Anthony Almonte, congas.
Nota: Este álbum foi
considerado, pela DownBeat, como um dos mehores de 2021 com a classificação de
4 estrelas.
Fonte: Brian Morton (DownBeat)
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