JD Allen passou a carreira aprimorando a expressão artística
sem floreados, refinando um catálogo que enfatiza composições, relativamente,
concisas e tematicamente coerentes. Assim, faz sentido que, após estar
inicialmente desconcertado e esvaziado, induzido pelo isolamento pandêmico, ele
revolveu a criação de “Queen City”, seu primeiro álbum solo de saxofone tenor.
Nas notas para o disco, Allen escreve que este objetivo foi concentrar
sua vida na esperança para o futuro. Após a audiência das gravações dos solos
de sax para ajudá-lo no desenho do seu curso, ele compôs nove músicas, cada uma
com menos de quatro minutos, e enquadrando-as com quatro músicas da era da
Depressão, que vieram a ser standards.
Embora, cada uma destas 13 faixas possa ficar por conta própria, elas
significam assemelhar-se a um mural, com vinhetas pertencendo a um quadro maior.
Como sempre, Allen é carismático, ressonante e decidido. Ele
vem por um lado com “Three Little Words” e com baixa entonação como Sonny
Rollins, imersa em divertida descoberta, desacelerando e apressando o tempo ou iniciando,
retrocedendo, então, triunfantemente, declarando uma corrente de frases
interpoladas. Ele está mais fiel à melodia em “Wildwood Flower” de Carter Family, suavizando seu lirismo
com elegância.
As nove composições estão mais agitadas e concisas, repletas
de frases que impactam e escorregam, então pausa, como em “Gem and Eye”, ou
oscilações contrastantes e vibrações com notas alongadas, que repicam para cima
e para baixo (“Mother”) ou abruptamente espatifa (“Maude”). “Queen City” é denominado
após Cincinnati, onde o álbum foi gravado, e os títulos das músicas apresentam
um estonteante refrão e um espírito aberto, que faz o álbum sentir-se mais
adequado para uma peça a ser interpretada por um grupo maior. Um segundo refrão
âncora , memorável. “O.T.R.”, que deve se referir à historicamente rica vizinhança
de Over-the-Rhine (NT: Sobre o Reno)
de Cincinnati.
O par de standards
no encerramento parece escolhido pelas letras, que, evidentemente, nunca foram
cantadas. Allen, apenas, se debruça em “Eu não tenho ninguém”, o lamento de
“Just a Gigolo- NT: Apenas um gigolô”, e espera até o fim para recorrer à melodia
de “These Foolish Things”, que ajuda mentalmente a completar sua marca na letra,
“remind me of you – NT: Lembre-me de você”. Não importa. Fé na expressão criativa
é o tema permanente em “Queen City”, e o solo mural de Allen está prontamente
aparente.
Faixas
1 Three
Little Words 2:56
2 Wildwood
Flower 4:39
3 Maude
2:04
4 O.T.R.
2:58
5
Retrograde 2:41
6 Gem
and Eye 2:43
7 Mother
2:01
8 Queen
City 3:51
9 Vernetta
2:29
10 Kristian
with a K 3:56
11 Nyla's
Sky 2:47
12 Just
a Gigolo 3:18
13 These
Foolish Things 3:40
14 Digital
Booklet: Queen City
Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)
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