Carregando um relaxamento que poderia refrigerar uma taça de
martini e uma notável elegância recortada de Noël Coward no revestimento de um
compasso, a voz singular de Patricia Barber — e sua marca levemente balançada de cabaré— a guiou
através dos clubes de jazz e blues de Chicago no seu início de carreira, tão
bem quanto o mundo exclusivo de subvenções de museus e espetáculos em galerias
com projetos tais como um ciclo de canção baseada em Metamorphoses de Ovid e emparelhamentos da canção de arte com a diva
da ópera, Renée Fleming.
Em comparação com experimentos composicionais como este,
“Clique” e sua coletânea de reinterpretações díspares poderiam parecer como um
folheto de propaganda de Barber. Porém, desde a sua produção de “Sensurround” (em
Digital eXtreme Definition por Jim
Anderson e Ulrike Schwarz) a sua empática e intuitiva musicalidade (seu quarteto
e sua flexível seção rítmica parecem saber apenas quando parar, empinar e
colher), este álbum é deliciosamente fora do padrão como algo das suas
magnéticas apresentações originais.
Expressando-se do seu jeito através da introdução para “All
in Love Is Fair” de Stevie Wonder, Barber considera as consequências pungentes
do cara ou coroa de um romance com tranquilidade. Uma vez mais aquecida para a
dança do ocaso, ela inicia o canto sussurrante em tempo com as escovinhas do
baterista Jon Deitemyer na breve ocorrência digna e reflexivamente erótica. “I
Could Have Danced All Night” de Lerner & Loewe e “Shall We Dance? ” de
Rodgers & Hammerstein têm suas peculiares marcas de tempo e pulsação (culpa,
em parte, do antigo baixista de Barber, Patrick Mulcahy) através das quais
Barber insinua seu vocal como um particularmente revigorante pedaço de um
subtexto teatral. Primeiro você não deve enredar cada linha do “diálogo”; então,
20 minutos mais tarde, passa a ser sabidamente essencial. A mesma coisa é
verdade para o estalar de dedos de Billy Page, uma ode à modernidade (ou
incerteza, faça sua escolha), “The In Crowd”. Barber apreende seus elementos
menos seguros, encontra uma natureza perdida e isolada para habitar, e toca neste
venerado clube intimista, ou exclusivo (Clique),
como algo que ela não se atreveria a juntar-se, se debruçasse tão baixo para
tê-la como membro.
Dito isto, o ouvinte quererá desfrutar cada aspecto da arte
de jogar de Patricia Barber.
Faixas: This
Town, Trouble Is A Man; Mashup; Samba de Uma Nota Só; I Could Have Danced All
Night; The In Crowd; Shall We Dance? ; Straight No Chaser; All In Love Is Fair.
Músicos: Patricia Barber: piano; Patrick Mulcahy: baixo; Jon
Deitemyer: bateria; Neal Alger: guitarra acústica; Jim Gailloreto: saxofone
tenor.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=O6miDji2VfU
Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos
melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.
Fonte: A.D. AMOROSI (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário