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sexta-feira, 29 de abril de 2022

PATRICIA BARBER - CLIQUE (Impex)

Carregando um relaxamento que poderia refrigerar uma taça de martini e uma notável elegância recortada de Noël Coward no revestimento de um compasso, a voz singular de Patricia Barber — e sua marca  levemente balançada de cabaré— a guiou através dos clubes de jazz e blues de Chicago no seu início de carreira, tão bem quanto o mundo exclusivo de subvenções de museus e espetáculos em galerias com projetos tais como um ciclo de canção baseada em Metamorphoses de Ovid e emparelhamentos da canção de arte com a diva da ópera, Renée Fleming.

Em comparação com experimentos composicionais como este, “Clique” e sua coletânea de reinterpretações díspares poderiam parecer como um folheto de propaganda de Barber. Porém, desde a sua produção de “Sensurround” (em Digital eXtreme Definition por Jim Anderson e Ulrike Schwarz) a sua empática e intuitiva musicalidade (seu quarteto e sua flexível seção rítmica parecem saber apenas quando parar, empinar e colher), este álbum é deliciosamente fora do padrão como algo das suas magnéticas apresentações originais.

Expressando-se do seu jeito através da introdução para “All in Love Is Fair” de Stevie Wonder, Barber considera as consequências pungentes do cara ou coroa de um romance com tranquilidade. Uma vez mais aquecida para a dança do ocaso, ela inicia o canto sussurrante em tempo com as escovinhas do baterista Jon Deitemyer na breve ocorrência digna e reflexivamente erótica. “I Could Have Danced All Night” de Lerner & Loewe e “Shall We Dance? ” de Rodgers & Hammerstein têm suas peculiares marcas de tempo e pulsação (culpa, em parte, do antigo baixista de Barber, Patrick Mulcahy) através das quais Barber insinua seu vocal como um particularmente revigorante pedaço de um subtexto teatral. Primeiro você não deve enredar cada linha do “diálogo”; então, 20 minutos mais tarde, passa a ser sabidamente essencial. A mesma coisa é verdade para o estalar de dedos de Billy Page, uma ode à modernidade (ou incerteza, faça sua escolha), “The In Crowd”. Barber apreende seus elementos menos seguros, encontra uma natureza perdida e isolada para habitar, e toca neste venerado clube intimista, ou exclusivo (Clique), como algo que ela não se atreveria a juntar-se, se debruçasse tão baixo para tê-la como membro.

Dito isto, o ouvinte quererá desfrutar cada aspecto da arte de jogar de Patricia Barber.

Faixas: This Town, Trouble Is A Man; Mashup; Samba de Uma Nota Só; I Could Have Danced All Night; The In Crowd; Shall We Dance? ; Straight No Chaser; All In Love Is Fair.

Músicos: Patricia Barber: piano; Patrick Mulcahy: baixo; Jon Deitemyer: bateria; Neal Alger: guitarra acústica; Jim Gailloreto: saxofone tenor.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=O6miDji2VfU

Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.

Fonte: A.D. AMOROSI (JazzTimes)

 

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