“Rhythm City”, um álbum do grupo de mesmo nome formado por vigorosos
jazzistas de Saint Louis, é menos uma atualização e mais uma rearticulação do fusion. O que começou como uma jam session no estúdio metamorfoseado do
tecladista Michael Silverman, passou para algo maior quando o pianista Ptah
Williams chegou. Conforme eles começaram a tocar, iniciaram a gravação e “Rhythm
City” nasceu.
Foi sua primeira vez tocando juntos, mas o álbum evidencia
uma química real. Através de um punhado de jam
sessions às Quintas-Feiras, o trio gravou mais de 30 músicas. “Rhythm City”
abrange oito delas. Previsivelmente, é Williams, um verdadeiro virtuoso, que assume
o centro do palco em diversas faixas. A primeira música que eles gravaram foi o
clássico de Freddie Hubbard, “Little Sunflower”, onde Williams oferece um solo motriz,
anunciando a presença do grupo. Porém, há outros momentos onde Williams—cujo
primeiro nome, Ptah, é uma divindade egípcia responsável pela criação—providencia
o revestimento para seus companheiros de banda. Em suas interpretações de “Virgo
Rising” de Wayne Shorter, Williams nos traz à frente vigorosa e lentamente, como
se a canção estivesse sendo transmutada em uma balada. Porém, então, a
intensidade do toque de Silverman e o consistente andamento da convocação do
baixo elétrico de Larry Kornfeld fornece alívio e resolução.
Na única peça inédita, “Just Like Us”, o saxofone soprano de
Eric Marienthal e o trompete de Randy Brecker providenciam um rápido olhar sobre
como uma sessão mais compacta deve soar. No futuro, nós poderíamos ouvir mais desta originalidade. Porém,
se a reinterpretação de “Pusherman” de Curtis Mayfield é representativa do que
está por vir, há muito para antecipar na reinterpretação de músicas do jazz e
além por parte do Rhythm City.
Faixas:
Chameleon; Just Like Us; Little Sunflower; Nature Boy; Pusherman; Spain; Virgo
Rising; Well You Needn’t. (74:09)
Músicos:
Ptah Williams, Michael Silverman, teclados; Larry Kornfeld, baixo; Rob
Silverman, bateria; Eric Marienthal (2), saxofone soprano; Randy Brecker (2),
trompete.
Nota: Este álbum foi considerado, pela DownBeat, como um dos
melhores lançados em 2021 com a classificação de 4 estrelas.
Fonte: Joshua Myers (DownBeat)
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