Francisco Mela é um baterista cubano, que já gravou com
os pianistas Aruán Ortiz, Kenny Barron e Leo Genovese e com os saxofonistas Joe
Lovano e Melissa Aldana, dentre outros. Álbuns que ele lançou sob seu próprio
nome teve Jason Moran, Mark Turner, Lionel Loueke e Esperanza Spalding. Sua
abordagem rítmica é altamente ousada, mas profundamente suingante, incorporando
ideias através da diáspora latina, enquanto homenageia o bebop e fusion. Ele frequentemente
apresenta um extraordinário toque suave, como se ele preferisse providenciar
suave encorajamento aos outros músicos, do que bombardeá-los com a submissão.
Este é o segundo lançamento de Mela para o selo 577 em
2021, seguindo “MPT Trio Vol. 1”, com o saxofonista Hery Paz e o guitarrista
Juanma Trujillo. Graças, majoritariamente, à guitarra abrasadora, este disco tem
uma espécie sentimento “rock livre”, com melodias irregulares dando o caminho
para improvisações expansivas e ocasionais explosões da bateria trovejante. “Music
Frees Our Souls Vol. 1”, por outro lado (e nós todos deveríamos esperar por volumes
subsequentes destas bandas), é um encontro de trio de piano de free-jazz com
uma surpreendente suavidade em seu coração. À primeira vista, deve relembrar a
alguns ouvintes o álbum do pianista Matthew Shipp, “Prism” de 1996, com o baixista
William Parker e o baterista Whit Dickey. Como naquele lançamento, o ritmo
deslizante permite os estrondos de Shipp, o piano ressonante para ancorar a
música, com o baixo de Parker como uma voz Zen moderadora. Porém, a introdução
solo de Mela para “Infinite Consciousness” manifesta poder explosivo, e conforme
a faixa se desenvolve, ele despeja bomba após bomba.
Faixas: Light Of
Mind; Dark Light; Infinite Consciousness. (41:24)
Músicos: Francisco Mela, bateria; Matthew Shipp, piano;
William Parker, baixo.
Nota: Este álbum foi
considerado, pela DownBeat, como um dos melhores lançados em 2021 com a
classificação de 4 ½ estrelas.
Fonte: Philip Freeman (DownBeat)
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