Quando o problema explode e é tempo de
esconder-se, cercando-se a si mesmo com amor e uma boa maneira de permanecer
forte. Relacionamentos alimentados em casa e pelo coração, frequentemente,
providenciam conforto e no caso de John Daversa, inspiração.
O trompetista vencedor do Grammy concebeu este
programa de boleros delicados com o pianista Gonzalo Rubalcaba, cuja perícia no
estilo vem a ser óbvia, conforme seu instrumento se apresenta. Uma música em
tempo lento, que iniciou com uma música de salão de baile espanhola e próspera
aqui como um exercício equilibrado, boleros fantásticos e profundos. Liderando
um grupo que inclui o baterista Dafnis Prieto, o baixista Carlo De Rosa e o
percussionista Sammy Figueroa, Daversa salienta a elegância da forma, arremessa-a
uma música de salão de lares latinos, parte da liga que ajudou o elo familiar
através de décadas. Melodias compostas por seu pai e avô, dedicadas para a
linhagem notável de sua avó, namorados da sua esposa e crianças e mesmo um
aceno para os animais doméstico da família criam um brilho sentimental de
unidade, que irradia otimismo durante nossa estressante época pandêmica.
“Cuarentena” também oferece uma nova perspectiva
dos interesses de Daversa. A maioria dos ouvintes provavelmente o conhece
através do brilho de sua orquestra e do seu trabalho travesso no funk-bop, que tem prós e contras. Porém,
o intimismo da sua nova gravação é um contraponto sedutor para as peças,
ocasionalmente, floridas, que o professor da Frost School of Music, previamente, trouxe à mesa (Embora acessória
a qualquer um que rejeita as ideias odiosas de Trump em torno da DACA (NT: Ação Diferida para Chegada de Infância,
programa para migrantes, que Trump suspendeu) com uma frenética
viagem em parafuso comandada pela orquestra de “Immigrant Song” do Led Zep).
A abordagem do quinteto para estas jóias
está no nexo da partilha dos prazeres e coesão sincera. A partir do lirismo do
instrumento surdinado do seu líder em “La Bailarina (Para Tatiana)” à agilidade
da seção rítmica em “Puppitas (Para Lea Y Maya)” (um aceno ao cão cocker spaniels de Daversa com vigor
extra da pintura metronômica de Lea), para o ímpeto do ânimo que marca “#19”, o
temperamento deles é o produto de coordenação e tranquilidade. E talento,
também. “Oma (A La Madre Divina)” mistura as texturas mundanas do trompete com
as ofertas divertidas do pianista. A
erudição de Rubalcaba vem a ser mais óbvia a cada ano, e em “Cuarentena” suas
linhas provocativas mantêm a música percolando.
Ressaltando o conceito da gravação há
declarações faladas por cada músico, debatendo o impacto pandêmico e a
necessidade de tratar com carinho algumas pessoas queridas, proteger os pais, apreender
oportunidades e ser grato aos presentes que eles receberam. É um movimento criterioso,
promove a personalização de um programa, que é obviamente querido aos seus
criadores, e ilustrando em palavras o que a quietude de “Canción De Cuna Para
Hara” e a ruminação de “El Último Suspiro” estão tentando se comunicar instrumentalmente.
Intenções nobres, finalmente, sugerindo que estamos todos conectados, se ou não
compartilhamos as linhagens.
Faixas: With Family At Home: #45; #22;
John Daversa: Growing Up In A Musical Family; La Bailarina (Para Tatiana); Oma
(A La Madre Divina); Sammy Figueroa Plays For Charlie Figueroa; El Último
Suspiro; Soldado Distinquido (Para Sgt. Alvin York); Puppitas (Para Lea Y
Maya); Fábrica De Conservas De San Francisco (La Historia De Molly Y Johnny);
Gonzalo Rubalcaba: El Estilo De Vida Que Llevamos Es Muy Rápido; #19; Dafnis
Prieto: Haciendo La Misma Cosa Que Siempre He Hecho; Un Bolero Para Lola; Carlo
DeRosa: Can’t Visit Family; Opus 1 (Escrita Por El Abuelo Austin); Canción De
Cuna Para Hara. (68:32)
Músicos: John Daversa, trompete, flugelhorn;
Gonzalo Rubalcaba, piano; Carlo De Rosa, baixo; Dafnis Prieto, bateria; Sammy
Figueroa, percussão.
Para conhecer um pouco deste trabalho,
assistam ao vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=G6dFMtLuBrM
Fonte: Jim
Macnie (DownBeat)
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