De certa forma, “Supreme Love: A Journey Through Coltrane”
de Sean Khan ternamente olha para o inovador “Slow Burner” de 2011. Lá, Khan
celebrou seus heróis musicais, incluindo John Coltrane, com uma estimulante pegada
modernista, que justapôs o jazz clássico com um ritmo e produção do século XXI.
Este tributo ao grande saxofonista combina músicas de Coltrane com inéditas
inspiradas em sua influência. O núcleo de sua banda é formado pelo antigo baterista
Laurie Lowe, pelo pianista Andy Noble, pelo baixista Dario De Lecce e pela vocalista
Heidi Vogel. Khan toca saxofones alto e soprano e flauta. A banda é acrescida
pelo guitarrista Jim Mullen, pelo trombonista Tom White, pelo percussionista
Karl Vanden Bosshe e o velho amigo, Kaidi Tatham, tocando Fender Rhodes e remixando duas faixas com assistência de Daz I Kue.
Este trabalho também oferece as performances gravadas anteriormente da legenda
do jazz britânico, o saxofonista Peter King.
O álbum está dividido em três seções evolucionárias e musicalmente
distintas. The Future Present exibe o
início modal com "Acknowledgment" de “A Love Supreme”. Khan a reimagina
como uma faixa spiritual soul. Seus elegantes
instrumentos de sopro e flauta melodiosa pairam sobre um piano espectral e uma
guitarra elétrica modal com cordas, harpa e uma gloriosa performance vocal de
Vogel baseada nas letras de Oscar Brown, Jr. e Khan. Suas passagens rítmicas são
carregadas com sutis paradas do tambor e cantos do grupo como redemoinhos e
rodopios para os céus. Também
revelam a maior influência de Alice Coltrane. "Starchild" de Khan
segue e Vogel apresenta suas letras ensolaradas com ressonância e franqueza. Foi inspirado no amor de Coltrane
pelo tempo 7/4. Outra coisa superior nesta seção são as estimulantes
leituras de "Afro Blue" e "Naima". "Azawala" de Khan senta-se entre
eles. Sintoniza melancolicamente suingante, modalismo Afro-Latino
conforme os instrumentos de sopro se entrelaçam com o dueto vocal de Vogel e
Khan, ressaltado pela interação da percussão e bateria e a entrega segura da invenção
harmônica de Noble. Há uma leitura carregada de "Giant Steps", mas é
breve, um interlúdio mais que uma tomada completa. O meio da seção, The Future Past, adiciona contraste. Consiste apenas em
ousadas remixagem de Tatham para "Azawala" e "Starchild",
ambas apresentando seu elegante Rhodes
piano, primorosamente funkeado. "The Savage Detectives" é uma corrida
funkeada quebrada, um refazimento de “Distant Voice EP”, de 2019, de Khan. Começa
a seção diferente dominada por vigorosas performances de um grupo pequeno de
"Equinox", "Impressions" e "Cousin Mary" de
Coltrane. Prova que esta banda é capaz de suingante hard bop com proficiência, momento
e instinto perspicaz. O solo
de Khan é imaginativo e adequado. Ele pode estabelecer muitas notas, mas
habitualmente não, e nunca permanece bem-vindo à frente. Há uma plenitude de
campo providenciado para o refinado Noble, expressivo toque de piano. Khan provou
em “Palmares Fantasy” de 2018 – sua colaboração com a legenda brasileira Hermeto
Paschoal – que ele não foi apenas um estudante astuto, porém um compositor
inteligente, parceiro e criador. “Supreme Love” exibe seu imenso crescimento ao
longo deste período. Suas interpretações de Coltrane servem como um fino e criativo
tributo, enquanto suas próprias composições saem-se melhores com seus
conhecidos companheiros musicais tais como Steve Wilkinson e Chris Potter. Altamente
recomendado.
Faixas
1 A Love
Supreme 07:18
2 Starchild
05:29
3 Afro
Blue 04:58
4 Azawala
07:41
5 Emilia's
Pick 02:50
6 Naima
06:20
7 As We
Came Out Of 04:23
8 Giant
Steps 02:27
9 Moment's
Notice 06:35
10 The
Savage Detectives 04:51
11 Starchild
[Kaidi Tatham Remix] 07:12
12 Azawala
[Kaidi Taham Remix] 06:27
13 Equinox
06:20
14 Impressions
07:16
15 Cousin
Mary 01:17
16 Equinox
[Alternate Take]
17 Giant Steps Outro
Fonte : Thom Jurek (AllAboutJazz)
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