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sábado, 14 de maio de 2022

SEAN KHAN – SUPREME LOVE : A JOURNEY THROUGH COLTRANE

De certa forma, “Supreme Love: A Journey Through Coltrane” de Sean Khan ternamente olha para o inovador “Slow Burner” de 2011. Lá, Khan celebrou seus heróis musicais, incluindo John Coltrane, com uma estimulante pegada modernista, que justapôs o jazz clássico com um ritmo e produção do século XXI. Este tributo ao grande saxofonista combina músicas de Coltrane com inéditas inspiradas em sua influência. O núcleo de sua banda é formado pelo antigo baterista Laurie Lowe, pelo pianista Andy Noble, pelo baixista Dario De Lecce e pela vocalista Heidi Vogel. Khan toca saxofones alto e soprano e flauta. A banda é acrescida pelo guitarrista Jim Mullen, pelo trombonista Tom White, pelo percussionista Karl Vanden Bosshe e o velho amigo, Kaidi Tatham, tocando Fender Rhodes e remixando duas faixas com assistência de Daz I Kue. Este trabalho também oferece as performances gravadas anteriormente da legenda do jazz britânico, o saxofonista Peter King.

O álbum está dividido em três seções evolucionárias e musicalmente distintas. The Future Present exibe o início modal com "Acknowledgment" de “A Love Supreme”. Khan a reimagina como uma faixa spiritual soul. Seus elegantes instrumentos de sopro e flauta melodiosa pairam sobre um piano espectral e uma guitarra elétrica modal com cordas, harpa e uma gloriosa performance vocal de Vogel baseada nas letras de Oscar Brown, Jr. e Khan. Suas passagens rítmicas são carregadas com sutis paradas do tambor e cantos do grupo como redemoinhos e rodopios para os céus. Também revelam a maior influência de Alice Coltrane. "Starchild" de Khan segue e Vogel apresenta suas letras ensolaradas com ressonância e franqueza. Foi inspirado no amor de Coltrane pelo tempo 7/4. Outra coisa superior nesta seção são as estimulantes leituras de "Afro Blue" e "Naima". "Azawala" de Khan senta-se entre eles. Sintoniza melancolicamente suingante, modalismo Afro-Latino conforme os instrumentos de sopro se entrelaçam com o dueto vocal de Vogel e Khan, ressaltado pela interação da percussão e bateria e a entrega segura da invenção harmônica de Noble. Há uma leitura carregada de "Giant Steps", mas é breve, um interlúdio mais que uma tomada completa. O meio da seção, The Future Past, adiciona contraste. Consiste apenas em ousadas remixagem de Tatham para "Azawala" e "Starchild", ambas apresentando seu elegante Rhodes piano, primorosamente funkeado. "The Savage Detectives" é uma corrida funkeada quebrada, um refazimento de “Distant Voice EP”, de 2019, de Khan. Começa a seção diferente dominada por vigorosas performances de um grupo pequeno de "Equinox", "Impressions" e "Cousin Mary" de Coltrane. Prova que esta banda é capaz de suingante hard bop com proficiência, momento e instinto perspicaz. O solo de Khan é imaginativo e adequado. Ele pode estabelecer muitas notas, mas habitualmente não, e nunca permanece bem-vindo à frente. Há uma plenitude de campo providenciado para o refinado Noble, expressivo toque de piano. Khan provou em “Palmares Fantasy” de 2018 – sua colaboração com a legenda brasileira Hermeto Paschoal – que ele não foi apenas um estudante astuto, porém um compositor inteligente, parceiro e criador. “Supreme Love” exibe seu imenso crescimento ao longo deste período. Suas interpretações de Coltrane servem como um fino e criativo tributo, enquanto suas próprias composições saem-se melhores com seus conhecidos companheiros musicais tais como Steve Wilkinson e Chris Potter. Altamente recomendado.

Faixas  

1 A Love Supreme 07:18

2 Starchild 05:29

3 Afro Blue 04:58

4 Azawala 07:41

5 Emilia's Pick 02:50

6 Naima 06:20

7 As We Came Out Of 04:23

8 Giant Steps 02:27

9 Moment's Notice 06:35

10 The Savage Detectives 04:51

11 Starchild [Kaidi Tatham Remix] 07:12

12 Azawala [Kaidi Taham Remix] 06:27

13 Equinox 06:20

14 Impressions 07:16

15 Cousin Mary 01:17

16 Equinox [Alternate Take]

17 Giant Steps Outro           

Fonte : Thom Jurek  (AllAboutJazz)
 

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