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terça-feira, 21 de junho de 2022

INGRID LAUBROCK AND ANDY MILNE – FRAGILE (Intakt Records)

Em 2019, a saxofonista tenor & soprano Ingrid Laubrock iniciou para Intakt Records uma série de duo de gravações com importantes pianistas. O primeiro dos dois trabalhos foi emparelhado com Aki Takase (Kasumi) e Kris Davis (Blood Moon), escolhas sensíveis como Takase e Davis estiveram amplamente instalados no jazz de avant-garde, viajando nos mesmo círculos de Laubrock e com tendências similares estilísticas. Isto possibilita a terceira oferta, com Andy Milne, um pouco mais interessante. Milne é certamente um ousado destemido, tendo atravessado um amplo espectro de jazz e pop contemporâneo, colaborando com todos de Tyshawn Sorey a Bruce Cockburn ao longo do caminho. O gênero desafiante de “Seasons of Being (Sunnyside, 2018) ” da banda Dapp Theory é apenas, amplamente, um exemplo da sua sensibilidade. Porém, sua estética integral se inclina para uma direção amigável ao ouvinte, considerando tipicamente os projetos de Laubrock dentro de um terreno menos convidativo. O que eles têm em comum, entretanto, é uma abordagem crucial generosa, que privilegia uma audição envolvente e colaboração empática, capacitando os dois a criar música que aproveita a força de cada instrumentista em atrativos e, às vezes, caminhos surpreendentes.

Todas as dez composições são de Laubrock e alguém deve assumir, de primeira, que Milne é uma figura secundária aqui. Porém, esta noção é rapidamente dispersada desde o início, conforme o rubato adorável do pianista abre "Equanimity", e estabelece a fundação para o assombroso belo saxofone tenor de Laubrock, permitindo aos músicos a oportunidade de explorar os contornos da peça com sensibilidade e nuance. A paciente contenção de Milne e a profundidade emocional traz o lado lírico de Laubrock, suavizando as angularidades do toque dela e permitindo suas tonalidades mais leves para emergir mais vividamente. A faixa título é outro exemplo do efeito de fermentação de Milne em Laubrock, com uma tepidez que cintila ao lado das frases rápidas de Laubrock.

A influência funciona de outra forma tão bem, entretanto, com Laubrock ocasionalmente empurrando Milne para um território mais abstrato. "Fragment" e "Splinter" são estudos na textura, com a técnica extensa do saxofone soprano de Laubrock em conversação próxima com o piano preparado de Milne, e as peças somente, gradualmente, tomando dimensões fixadas com frases em ostinato, gerando uma energia rítmica. "Bolder Fall Ejecta" deve ser o melhor exemplo dos dois catalizando entre si, como os voos agressivos do sax soprano de Laubrock fortificando Milne, cuja intensidade percussiva alcança elevação impressionante em algumas deslumbrantes execuções no teclado. As angularidades de Milne também anima "Ants in My Brain", habilmente abrindo o tema para Laubrock investigar com outra virada estonteante do soprano. E "Unapologetically Yours" tem uma impetuosidade que quase soa livremente improvisada, conforme Milne exibe que ele pode certamente manter mais momentos inclinados com Laubrock.

Enquanto Laubrock brilha em cada formato da performance solo em amplo grupo, há algo sobre o duo estabelecendo o que parece cultivar do seu melhor trabalho, e “Fragile” não é exceção. Seria um bom destaque do impressionante catálogo de Milne.

Faixas : Equanimity; Fragment; Bolder Fall Ejecta; Fragile; Shard; Ants in My Brain; Unapologetically Yours; Illusion of Character; Kintsugi; Splinter.

Músicos: Ingrid Laubrock: saxofone; Andy Milne: piano.

Fonte: Troy Dostert (AllAboutJazz)

 

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