Em 2019, a saxofonista tenor & soprano Ingrid Laubrock iniciou
para Intakt Records uma série de duo de
gravações com importantes pianistas. O primeiro dos dois trabalhos foi emparelhado
com Aki Takase (Kasumi) e Kris Davis (Blood Moon), escolhas sensíveis como Takase
e Davis estiveram amplamente instalados no jazz de avant-garde, viajando nos mesmo círculos de Laubrock e com
tendências similares estilísticas. Isto possibilita a terceira oferta, com Andy
Milne, um pouco mais interessante. Milne é certamente um ousado destemido, tendo
atravessado um amplo espectro de jazz e pop contemporâneo, colaborando com
todos de Tyshawn Sorey a Bruce Cockburn ao longo do caminho. O gênero
desafiante de “Seasons of Being (Sunnyside, 2018) ” da banda Dapp Theory é
apenas, amplamente, um exemplo da sua sensibilidade. Porém, sua estética integral
se inclina para uma direção amigável ao ouvinte, considerando tipicamente os
projetos de Laubrock dentro de um terreno menos convidativo. O que eles têm em
comum, entretanto, é uma abordagem crucial generosa, que privilegia uma audição
envolvente e colaboração empática, capacitando os dois a criar música que
aproveita a força de cada instrumentista em atrativos e, às vezes, caminhos
surpreendentes.
Todas as dez composições são de Laubrock e alguém deve
assumir, de primeira, que Milne é uma figura secundária aqui. Porém, esta noção
é rapidamente dispersada desde o início, conforme o rubato adorável do pianista
abre "Equanimity", e estabelece a fundação para o assombroso belo
saxofone tenor de Laubrock, permitindo aos músicos a oportunidade de explorar os
contornos da peça com sensibilidade e nuance. A paciente contenção de Milne e a
profundidade emocional traz o lado lírico de Laubrock, suavizando as
angularidades do toque dela e permitindo suas tonalidades mais leves para
emergir mais vividamente. A faixa título é outro exemplo do efeito de
fermentação de Milne em Laubrock, com uma tepidez que cintila ao lado das
frases rápidas de Laubrock.
A influência funciona de outra forma tão bem, entretanto,
com Laubrock ocasionalmente empurrando Milne para um território mais abstrato.
"Fragment" e "Splinter" são estudos na textura, com a
técnica extensa do saxofone soprano de Laubrock em conversação próxima com o
piano preparado de Milne, e as peças somente, gradualmente, tomando dimensões
fixadas com frases em ostinato, gerando uma energia rítmica. "Bolder Fall
Ejecta" deve ser o melhor exemplo dos dois catalizando entre si, como os
voos agressivos do sax soprano de Laubrock fortificando Milne, cuja intensidade
percussiva alcança elevação impressionante em algumas deslumbrantes execuções
no teclado. As angularidades de Milne também anima "Ants in My Brain",
habilmente abrindo o tema para Laubrock investigar com outra virada estonteante
do soprano. E "Unapologetically Yours" tem uma impetuosidade que
quase soa livremente improvisada, conforme Milne exibe que ele pode certamente
manter mais momentos inclinados com Laubrock.
Enquanto Laubrock brilha em cada formato da performance solo
em amplo grupo, há algo sobre o duo estabelecendo o que parece cultivar do seu
melhor trabalho, e “Fragile” não é exceção. Seria um bom destaque do impressionante
catálogo de Milne.
Faixas : Equanimity;
Fragment; Bolder Fall Ejecta; Fragile; Shard; Ants in My Brain;
Unapologetically Yours; Illusion of Character; Kintsugi; Splinter.
Músicos: Ingrid
Laubrock: saxofone; Andy Milne: piano.
Fonte: Troy
Dostert (AllAboutJazz)
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