A compositora, guitarrista e vocalista Leni Stern cresceu na
Alemanha na vibração de Bach e Mozart. Seus álbuns iniciais, gravados no final
dos anos 80 após ela ter vindo para os Estados Unidos para estudar jazz, apresentada
a colegas de alto nível como Paul Motian, Bill Frisell e Larry Willis. Porém,
ao longo dos 15 anos passados, ela ficou sob o balanço da música da África
Ocidental, que tem influenciado seus projetos subsequentes. “Dance” apresenta
sua antiga seção rítmica senegalesa formada pelo baixista elétrico Mamadou Ba e
Alioune Faye na percussão (principalmente a goblet
djembe drum). Para o segundo álbum de formas retas, o tecladista argentino
Leo Genovese (que atua com Esperanza Spalding e Jack DeJohnette) insere-se no
núcleo do quarteto.
“Dance” é um título com conotações elásticas, acenando para
aquilo que Stern chama a “alegria e superação” da criação e gravação de música
na pandemia de 2020. A Intensidade parece gradualmente escalar as canções e
conforme estas se desenvolvem, exibida através de estimulante
entrelaçamento de giros no ato de sincopar e melodia enrolada,
compromissos que efervescem em vez de apressar. Após a abertura com “Prayer”, o
contextoa composicional é prazeroso: a peã de Stern para a diversidade de Nova
York (“Aljouma” ou “Friday”); o elogio de Ba de um distante antepassado, que
foi uma figura chave da história senegalesa (“Maba”); “Kani” de Genovese ou
“Hot Pepper” e a celebração da energia das crianças (“Khale”) e pássaros
(“Kono”). Não surpreendentemente, o número mais dançante é um tradicional griot (NT: é o indivíduo que na África
Ocidental tem por vocação preservar e transmitir as histórias, conhecimentos,
canções e mitos do seu povo) da canção da África Ocidental, intitulada “Daouda
Sane”.
Por todo o rebuliço, “Dance” é uma experiência relaxante, talvez
porque Stern conduz o programa com um comando tranquilo. Suas passagens em
entonações peroladas são rajadas e absorvidas na essência dos ritmos. Seu vocais,
solo ou em coro, nunca são excessivos. Seu uso do banjo-like n’goni— ocasionalmente,
em conjunto com seu antigo amigo da banda de Salif Keita, Haruna Samake, no
pequeno kamele n’goni—apresenta uma
genuína afinidade com as tradições da África Ocidental, sem recusar suas
próprias raízes. Tudo isto para fazer “Dance” uma maravilhosa mistura musical,
que não necessita exagerar na distinção.
Faixas: Ya
Rakhman/Prayer; Aljouma/Friday; Maba; Kani/Hot Pepper; Khale/Children;
Kono/Bird; Daouda Sane; Fonio/Grain.
Músicos: Leni Stern: guitarra elétrico; Leo Genovese:
teclados; Elhadji Alioune Faye: percussão; Mamadou Ba: baixo.,
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=m4px8ppKIUs
Fonte: BRITT ROBSON (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário